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O agro e a energia

Energia é responsável por 40% da emissão de CO2; emissões brasileiras estão concentradas em agricultura, florestas e uso do solo

Vista aérea de floresta

Nesse ano em que sentimos e vivemos os efeitos das mudanças climáticas, a parceria entre o agronegócio e a energia vem cada vez mais se consolidando. A energia está presente em quase todas as etapas do agro, além da redução dos custos e alinhada à redução de custos, além também de promover a descarbonização.

Segundo dados do Global Carbon Bugnet, a energia é responsável por 40% da emissão de CO2, as emissões brasileiras estão concentradas na agricultura, florestas e uso do solo, correspondendo a 68,75% do total.

Já temos vários produtores rurais produzindo sua própria energia para serem usadas em máquinas, na refrigeração e na iluminação. A energia mais usada nesse caso é a fotovoltaica, nos modelos de autoprodução e geração distribuída. De acordo com dados da Absolar, já são mais de mil prosumidores entre 410,4 mil telhados, no solo, em silos, e outros locais.

A energia fotovoltaica é aquela produzida pelas placas através da incidência dos raios solares. É uma energia renovável, pois se permite renovar constantemente para produzir energia elétrica, de um modo sustentável sem agredir muito ao meio ambiente e ao ser humano. A renovação constante evitaria o desgaste do ambiente natural, e não haveria a produção de gases de efeito estufa, que agridem a saúde da população.

Numa sinergia haveria a energia agrovoltaica, numa combinação possível entre produção de hortaliças, verduras e a energia para o local, além do uso em pivôs e em plantações de cana. A energia também é usada para o uso de internet, drones, mapeamento da qualidade, vigilância e segurança.

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Além da energia solar, haveria energia microbiológica, que é aquela que utiliza a capacidade dos microrganismos para converter a energia química da biomassa em energia útil. Os microrganismos são usados para transformar a energia química na biomassa em combustíveis portadores de energia.

A biomassa a ser utilizada pode ser oriunda de resíduos orgânicos, dejetos animais e restos de culturas agrícolas para a produção tanto de eletricidade como calor.

Os microrganismos têm a capacidade de produzir combustíveis tais como bioetanol, biodiesel, metano e hidrogênio. E, também podem ser usados em um biorreator que absorve resíduos do quintal, algumas culturas como milho e lascas de madeira e produz eletricidade, seria o biogás.

O biogás e o biometano são da bioenergia e emergem como soluções promissoras para a sustentabilidade da agroenergia. O biometano produzido pode ser comercializado ou utilizado para o abastecimento de veículos e máquinas agrícolas do próprio produtor, descarbonizando frotas.

Assim, a parceria entre o agro e a energia só tende a crescer, em prol do meio ambiente, da sustentabilidade e redução dos efeitos nas mudanças climáticas. A transição ou transformação energética por que passa o mundo é fundamental para mudarmos essa realidade, que se torna concreta com os eventos de clima extremo.


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Cristiana Nepomuceno é bióloga, advogada, pós-graduada em Gestão Pública, mestre em Direito Ambiental. É autora e organizadora de livros e artigos.