Uma semana após o encerramento da 11ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), no Expominas, em Belo Horizonte, Caio Alonso Fontes, diretor da Espresso&CO, uma das realizadoras do evento, diz que, esse ano, ficou evidente que o perfil dos visitantes é um público focado em cafés especiais, bem informado e especializado no segmento.
Segundo ele, a edição de 2023 consolidou a importância das origens produtoras e inquietações com questões relacionadas à nova regulamentação da União Europeia. Também ficou evidente a preocupação do consumidor com a sustentabilidade, o meio ambiente e mudanças climáticas.
O tema central do evento foi debatido em diversos momentos da programação. Nos painéis do Simpósio DNA Café – que traz as principais tendências do mercado – discutiu-se que qualidade e certificação são importantes, mas a diferenciação de cafés está na origem e sua sustentabilidade. O consumidor atual quer saber de onde vem o produto que consome, sua origem, rastreabilidade e seu impacto no planeta.
“As certificações atestam diversos quesitos, como qualidade ou sustentabilidade, mas é na origem, através do seu terroir, as pessoas e o produto, que conseguimos apresentar a diferenciação do produto através de caraterísticas, processos e histórias únicas daquele local”, disse Caio Alonso.
“Esta edição trouxe uma reflexão sobre a importância de proteger e promover nossas origens, garantindo a autenticidade e qualidade do café que chega à xícara dos consumidores. Tivemos também a oportunidade de apresentar os diferenciais de nove regiões de origens do estado. Assim, o evento cumpre seu objetivo de mostrar ao mundo os sabores exclusivos e a excelência produtiva dos nossos cafés”, disse o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Fórum de Cafeicultura Sustentável
O Fórum de Cafeicultura Sustentável foi aberto com uma conversa com Vanusia Nogueira, presidente da Organização Internacional do Café (OIC), sobre a nova regulamentação europeia, que aborda a sustentabilidade na origem do café. Também foram discutidas como a governança é o ponto central para o desenvolvimento das indicações geográficas brasileiras, e como a origem é capaz de dar voz e visibilidade ao produtor.
“Um caminho é o cafeicultor buscar o apoio e suporte das governanças de cada Origem Controlada. A governança é responsável pela organização e estratégia de promoção, viabilizando as ações necessárias para que cada produtor possa buscar sua valorização, rastreabilidade e comercialização do seu café”, disse Caio
Simone e padre Fábio participaram do encerramento
O terceiro dia de evento contou, também, com shows da cantora Simone e do padre Fábio Melo. Ambos se apresentaram durante a Premiação Florada 3corações, uma das patrocinadoras da SIC. “Nossa missão é gerar empregos e renda no campo, sempre priorizando uma produção sustentável”, declarou Thales Fernandes, secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
“Encerramos com uma participação expressiva do público, o que é muito importante para que as pessoas possam conhecer essa importante cadeia produtiva. A SIC mostra a união de um setor tão importante para Minas, o Brasil e oferece aos pequenos e médios produtores, que muitas vezes não conseguem mostrar seus cafés de excelência lá em seu município, a oportunidade de comercializarem os produtos não somente para compradores nacionais, mas também para importadores. Vamos continuar trabalhando juntos para dar ainda mais robustez a esse setor da economia. Foi um sucesso total, e já vamos nos preparar para proporcionar um evento ainda melhor em 2024”, comemora Antônio de Salvo, presidente do Sistema Faemg Senar.
O evento contou com a participação de profissionais como agrônomos, mestres de torra, baristas e representantes de setores complementares, como o de leites vegetais. O da marca Nude fez muito sucesso na SIC, inclusive, com filas imensas, durante todos os dias, de pessoas que queriam provar o famoso sorvete de leite de aveia. Quem provou, não se arrependeu. 😉