Formada em Marketing e em Fotografia, Ariadne Máximo encontrou, há três anos, uma atividade que transformou sua vida por completo. No lugar de lentes, flashes e rebatedores, substratos, terra e sementes. “Virei uma agricultora urbana”, brinca ela, ao falar de sua diversificada produção de microgreens.
Para quem nunca ouviu falar, microgreens são versões bem menores (cerca de 5 cm da raiz às folhas) e mais nutritivas de um vegetal comestível. Para Ariadne, o negócio começou despretensiosamente quando ela pesquisava sobre o cultivo de especiarias e se deparou com o termo. “Vi que era um produto diferente e com potencial de mercado. No decorrer dos testes de produção, percebi que chefs de cozinha e restaurantes finos tinham uma demanda real por esse tipo de produto, com poucas opções de fornecedores em Belo Horizonte. Então, decidi investir”.
Durante um bom tempo, ela fez testes com vários tipos de embalagens, mudas e substratos. “Gastei uma quantidade razoável de dinheiro”, diz. Mas valeu a pena. Hoje, os processos estão bem estruturados tendo como base uma espécie de mini horta vertical e orgânica no quintal de sua casa, no Prado. Ariadne fundou a empresa Verde Verdim e atende grandes chefs da capital, confrarias, buffets e restaurantes renomados, num total de vinte estabelecimentos, sem contar os clientes particulares.
Plantio e manejo
O plantio funciona assim: as sementes são colocadas em vasilhames próprios com uma mistura de substrato orgânico e, na sequência, levadas para um quarto escuro para germinarem. “A ideia é simular o ambiente do subsolo de onde, normalmente, as sementes brotam”. A microgrenner conta que cada espécie tem suas particularidades como diferentes tempos de germinação e necessidades de água. O coentro, por exemplo, é um dos mais melindrosos, sendo bastante suscetível a mofos. O tempo de colheita também varia: “Enquanto ele demora quase um mês para ficar pronto para a colheita, o rabanete já pode virar salada em apenas três dias”.
Estudo e experiências valeram a pena
“Nunca estive tão feliz profissionalmente”, diz Ariadne. Ela produz trevo, rabanete, couve, mostarda, rúcula, repolho roxo, alho poro, beterraba, chia, salsa, amaranto red, coentro, cenoura e manjericão. “Tenho orgulho da minha produção que é muito saborosa, fofinha e com alta concentração de vitaminas, minerais e proteínas (veja estudo abaixo). Seu foco é ser a maior produtora e fornecedora de micro verdes para o mercado gastronômico da Grande BH. Incluindo as mini-flores que dão um charme todo especial aos pratos gourmets.
A história dos microgreens
Tudo começou nos anos 90, quando o chef Charlie Trotter procurava plantas que trouxessem algo novo para o universo da gastronomia, em termos de paladar e estética. Acabou esbarrando num agricultor chamado Lee Jones, que cultivava vegetais de maneira inusitada. Antes mesmo de chegarem ao ponto final do crescimento, um pouco após a germinação, ele os coletava.
No decorrer do tempo, a novidade foi se espalhando. Ao ponto de os microgreens serem comuns no dia a dia de restaurantes renomados dos Estados Unidos, e fazerem sucesso ao redor do mundo.
Maior concentração de nutrientes
Pesquisadores da University of Maryland College of Agriculture and Natural Resources compararam o nível de nutrientes dos pequenos vegetais em relação aos mesmos vegetais adultos. Encontraram vitaminas C,E,K, carotenóides como o beta-caroteno e luteína em 25 microgreens de coentro, aipo, repolho roxo, manjericão e rúcula.
A conclusão do estudo é que os pequenos vegetais apresentam de quatro a 40 vezes mais nutrientes do que os mesmos vegetais na sua fase final. Esse resultado foi tão surpreendente que, para ter certeza, os pesquisadores repetiram os testes várias vezes.
Os microgreens podem ser usados em sopas, ensopados, molhos e risotos. Crus, também combinam com saladas e lanches. Ou podem servir, simplesmente, para ornamentação, dando um toque de sofisticação aos pratos.
Pedidos de microgreens da Verde Verdim podem ser feitos pelo Zap: (31) 9 8380-8859
Instagram: @verdeverdim.bh