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Pesquisadores testam técnica para reflorestar Brumadinho; saiba qual

Desafio é retirar todo o rejeito, deixado pela mineração. Dos 300 hectares impactados pela tragédia, apenas 3 foram liberados pelos bombeiros

A expectativa dos pesquisadores é de que até 2030 essas áreas estejam limpas e em processo de recuperação ambiental

Após quatro anos do trágico rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019, que matou 270 pessoas, pesquisadores da UFV estão testando uma técnica que mistura DNA, enxertos e hormônios para resgatar as espécies nativas da região. O método é chamado de “Resgate de DNA e Indução de Reflorestamento Precoce”.

Metade dos cerca de 300 hectares atingidos era ocupada pela agricultura e pecuária e a outra metade por floresta nativa. A destruição foi total e requer a retirada de quase 10 milhões de metros cúbicos do resíduo que vazou da barragem.

A ideia dos pesquisadores é preservar a genética das plantas sobreviventes da tragédia com o uso de hormônios e, assim, acelerar a recuperação da área. Mas isso só pode ser feito depois que os bombeiros fazem a vistoria do chamado rejeito, material descartado da mineração e que estava armazenado na barragem que se rompeu. E esse é um desafio. Dos 300 hectares impactados pela tragédia, apenas 3 foram liberados pelos bombeiros até agora.

A expectativa dos pesquisadores é de que até 2030 essas áreas estejam limpas e em processo de recuperação ambiental. As primeiras coletas de DNA começaram em junho de 2020, quando a Vale fechou uma parceria com a UFV. Atualmente, mais de 30 espécies estão mapeadas, como o Jacarandá, Ipê e Jequitibá.

Multiplicação de mudas

A técnica de multiplicação usada pelos pesquisadores é a enxertia, que une duas plantas para fazer uma só. Uma fica na parte debaixo, chamada de “cavalo” ou “porta-enxerto”. Ela é a responsável pelo desenvolvimento das raízes. A da parte de cima é chamada de “cavaleiro” ou “enxerto”, que dará origem à parte aérea da nova planta e é o que é coletado em Brumadinho.

Aplicação de hormônios

Leva cerca de quatro meses para o enxerto pegar e a copa atingir 80 centímetros de diâmetro. É nesse momento que entra a aplicação de hormônios, que antecipam o florescimento das mudas. Quando elas já estão em floração, são levadas para Brumadinho.

O projeto vai até outubro de 2024 e o objetivo é plantar 6 mil mudas produzidas a partir do processo de resgate de DNA.

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