O secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, Thales Fernandes, disse, ontem (1), durante lançamento do Plano Safra no BDMG, que ele e sua equipe continuam na luta para barrar o excesso de importação de leite em pó. Uma reunião virtual com um representante do Ministério da Indústria e Comércio está marcada para a próxima sexta-feira (4), às 14h30, para continuar a discussão sobre o assunto que tem tirado o sono dos produtores de leite. Outra reunião, dessa vez presencial, deve acontecer no final do mês de agosto na sede do MAPA, em Brasília. “Será um desdobramento do encontro que tivemos há duas semanas com o vice-presidente Geraldo Alckmin. O setor está unido, a Federação da Agricultura, as cooperativas e a Seapa. Tenho fé que vamos conseguir. O produtor não pode desanimar”, falou.
Na semana passada, o secretário revelou, durante a abertura da 93ª Semana do Fazendeiro, em Viçosa, que nos sete primeiros meses do governo Lula, foram importados 240 milhões de toneladas de leite em pó, enquanto, durante os quatro anos do governo Bolsonaro, esse volume ficou abaixo dos 70 milhões de toneladas. Ele chegou a dizer que era “isso era um covardia do atual governo com os produtores”.
Governo federal está ciente e empenhado em resolver o problema
Ontem, durante o evento do BDMG, no entanto, ele reconheceu, à reportagem da Itatiaia, que o governo federal tem mantido aberto o diálogo, está ciente da gravidade da situação e empenhado em encontrar uma solução. “O problema é que não há como fugir dos acordos internacionais determinados pelo Mercosul. Nele, já estão estabelecidas as taxas e os produtos que podem entrar no país. O que nos assusta e estamos investigando é o volume de leite que está chegando, se o produto realmente vem de onde declaram vir e qual é a qualidade desse produto porque aí sim poderemos criar alguma barreira para sua entrada”, explicou.
Segundo Thales, o que se sabe é que, nesse momento, é que está mais atrativo para a Argentina e Uruguai venderem o leite para o Brasil do que para outros países e que é preciso encontrar alguma forma de proteger o produtor rural. “A indústria se protege de alguma forma, repassando os preços. Mas o produtor não, ele é o elo mais fraco da cadeia e temos pensar nele. Essa questão é fundamental pra mim”.