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BDMG dobra oferta de crédito aos produtores rurais por meio do Plano Safra e do Funcafé

Anúncio foi feito pelo governador Romeu Zema e pelo presidente do banco, Gabriel Viégas Neto; ambos ressaltaram a importância do agro para a economia do país

Governador Romeu Zema durante anúncio no BDMG

O agronegócio terá R$ 618 milhões em crédito, via Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, para custear suas produções esse ano. O anúncio foi feito hoje (1) pelo governador Romeu Zema e pelo presidente do Banco do BDMG, Gabriel Viégas Neto. O valor é mais do que o dobro do ofertado pela instituição na safra anterior, por meio do Plano Safra e do Funcafé, confirmando o reconhecimento do poder público a respeito da importância do agro para a economia do país.

O crescimento na oferta de crédito foi possível em função do aumento de mais de 1000% nos recursos disponibilizados ao BDMG por meio do Plano Safra, do Ministério da Agricultura e Pecuária, alcançando R$ 385 milhões. Somam-se a essa quantia os recursos provenientes do Funcafé que chegam a R$ 232,6 milhões.

Um terço dos desembolsos foram para o agro

Gabriel ressaltou que, nos últimos 12 meses, mais de um terço dos desembolsos do BDMG foram para o agro. Com o aumento dos recursos provenientes do Plano Safra, somados aos mais de R$ 500 milhões em recursos próprios do banco, a expectativa é de investimentos recordes na nova safra 2023/2024, com aumento de 20%. “Missão dada é missão cumprida, né governador?”, disse o presidente do banco para o governador, durante o anúncio na sede do BDMG. “O agro é fundamental na geração de emprego e renda, na inovação e sustentabilidade”, completou.

Zema respondeu que “todo investidor precisa de crédito”, algo que aprendeu e vivenciou na pele no tempo em que administrava as empresas de sua família. “Graças ao financiamento robusto que poderemos oferecer ao agro esse ano, vamos bater recorde produção com aumento de produtividade e não de área plantada”, destacou.

Silos estão no foco de atenção

Outra novidade é que o banco vai aumentar seu escopo de atuação, financiando, por exemplo, a ampliação, modernização, reforço e construção de armazéns para a guarda de grãos, frutas, tubérculos, entre outros. Chamada de PCA, a linha é destinada a cooperativas de produção, sendo a de menor taxa de juros dentro do Plano Safra: 7% ao ano, com 144 meses para pagamento e carência de dois anos. Esse tipo de financiamento tem uma demanda cada vez maior, uma vez que a produção no Estado tende a crescer 10,6% no próximo ano e a armazenagem permite um melhor planejamento da venda dos grãos. De acordo com o secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, Thales Fernandes, o Brasil possui apenas 20% da sua necessidade total de silos.

O BDMG também vai oferecer crédito para investimentos em inovação tecnológica nas propriedades rurais; apoio e fomento a setores de produção agropecuária; incremento à competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas; capital de giro e incentivo ao desenvolvimento da agropecuária irrigada sustentável e redução das emissões de gases de efeito estufa provenientes das atividades agropecuárias. Esta última, com taxa de juros de 8,5% ao ano.

Linhas para o Café

Para a cafeicultura - via Funcafé - serão ofertadas três tipos de linhas de crédito:

  • Comercialização, que permite financiar cooperativas em valor equivalente à quantidade de produto armazenado para venda futura em melhores condições de mercado;

  • o FAC, que consiste no financiamento da compra do café diretamente dos produtores rurais;

  • Capital de Giro

O R$ 232,6 milhões, que caberão ao banco, serão ofertados com taxa fixa de 11% ao ano e com prazos que variam de 12 a 24 meses.

‘Injeção na veia do produtor’, disse secretário

Thales Fernandes lembrou que o café é o principal produto da pauta exportadora do Estado. Ele acredita que o recurso ajudará a revitalizar o parque cafeeiro que sofreu com geadas e chuva de granizo e também será de grande valia para os produtores manterem a produtividade que (espera-se) seja algo em torno de 21 milhões de sacas.

O secretário disse ainda que não se pode esquecer dos necessários investimentos à safra de grãos que tem previsão de crescimento de 5.8% e da soja que é nosso segundo produto da pauta de exportação, alcançando US$ 3, 5 bilhões na Balança Comercial do ano passado. “É injeção da veia do agro, que refletirá na exportação desses dois carros-chefes de Minas Gerais”.


Montante surpreendeu presidente da Comissão Técnica de Café

O presidente da Comissão Técnica de Café da Faemg, Arnaldo Bottrel Reis, ficou satisfeito com o montante ofertado.

“Nos últimos anos, o BDMG vinha capengando nessa questão dos recursos destinados ao produtor rural, principalmente no que se refere aos repasses do Funcafé. Mas agora deram um passo que me deixou positivamente surpreso. Também gostei de terem dado atenção às cooperativas de crédito e de consumo, facilitando o acesso dessas ao crédito. Tudo dentro da lei, claro. O mais importante é que esse dinheiro chegue nas mãos do produtor”.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.