Foi publicada, ontem (10), pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a Portaria n° 781 que estabelece os períodos de vazio sanitário para cultura da soja. Os prazos deverão ser seguidos pelos estados produtores em todo o país durante 2023. O período determinado para Minas é de 1° de julho a 30 de setembro.
O que é vazio sanitário?
É o período contínuo, de, no mínimo 90 dias, em que não se pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. Essa medida fitossanitária é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O objetivo é reduzir ao máximo possível o desenvolvimento do fungo, minimizando os impactos negativos durante a safra seguinte.
O Mapa alerta ainda que, com o expressivo aumento das ocorrências da doença na safra 2022/2023, faz-se necessário um esforço conjunto por parte dos produtores e dos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal de cada unidade da federação quanto à revisão das finalidades e da quantidade de autorizações relativas aos cultivos em caráter excepcional, previstos nos Artigos 9º e 10 da Portaria nº 306/2021.
Contenção da Ferrugem Asiática
A Secretaria de Defesa Agropecuária está avaliando também a redução dos períodos relativos aos calendários de semeadura a serem estabelecidos para a próxima safra. O objetivo é conter o avanço da ferrugem asiática da soja. A doença é considerada uma das mais severas que incidem na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estágio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
Legislação começou a vigorar em 2006
As legislações que instituem o vazio sanitário nos estados foram criadas entre 2006 a 2008. Mas apenas essa medida não é suficiente para acabar com os problemas da ferrugem por não eliminar a totalidade dos patógenos. Apesar da soja ser a principal hospedeira, há várias outras leguminosas que hospedam o fungo na entressafra e que podem contaminar as lavouras de soja. Por isso, são necessárias outras ações complementares no manejo, como o uso dos defensivos.