Se você é cafeicultor e quer mais visibilidade para seu produto, vai gostar dessa novidade. O Sistema Faemg (Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais), junto com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e INAES (Instituto Antônio Ernesto de Salvo) lançaram o projeto “Meu Café no Sistema Faemg”. A ideia é incentivar a conexão direta entre produtores e mercado consumidor, promover a produção mineira e disseminar o consumo de cafés de qualidade.
Por meio da iniciativa, produtores rurais podem ter seu café apresentado nos principais eventos agropecuários do estado, nos encontros institucionais da Federação em Belo Horizonte e em seus dez escritórios regionais espalhados pelo interior do estado, além de participar de uma rodada de negócios durante a Semana Internacional do Café, uma das maiores feiras do mundo, que acontecerá de 16 a 18 de novembro no Expominas.
Para participar, os cafés devem ter pontuação superior a 80 (metodologia de avaliação com base na SCA – Specialty Coffee Association) e apresentar qualidade sensorial atestada por especialistas. Para os selecionados, a remessa de participação é feita em grãos já torrados e moídos, totalizando 60 quilos.
O presidente do Sistema Faemg, Antônio de Salvo, destaca que Minas é o maior estado produtor de café do Brasil, responsável por aproximadamente metade do que é produzido no país. “E o setor vem sofrendo com as intempéries climáticas, como as geadas do ano passado e as mais recentes chuvas de granizo, o que tem gerado incertezas quanto à colheita da próxima safra. Por isso, temos tentado fortalecer a cadeia produtiva. O ‘Meu Café no Sistema Faemg’ é uma forma de dar visibilidade ao produtor rural, fomentar novas conexões de mercado e incentivar o consumo de cafés especiais”, diz.
Notas de mel, melaço, caramelo e especiarias
Flávio da Silva Bastos produz o café especial Paixão do Caparaó, em Espera Feliz, na região das Matas de Minas. O produto, um catucaí 785/15 vermelho, recebeu 84,1 pontos na escala SCAA e foi selecionado para o programa. Quem experimenta pode sentir o corpo sedoso, as notas e aromas de mel, melaço, caramelo e especiarias do café. No município, que faz divisa com o Espírito Santo e fica no maciço do Caparaó, a altitude elevada é uma característica que propicia a produção de cafés especiais. “Participar do projeto é uma forma de abrir o mercado. Temos muitos produtores com excelentes cafés que merecem ser conhecidos”, disse Flávio.
Coomap tem papel importante no sul de Minas
Primeira participante do projeto, a Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu (Coomap) fica em Paraguaçu, no sul de Minas, maior região produtora de café arábica do Brasil. “Cinquenta por cento do nosso PIB vem do agronegócio, sendo que o café corresponde a 80% das atividades do ramo. Além disso, contribuiu para a geração de empregos e melhoria da renda e, em nível nacional, para o superavit da balança comercial por realizar exportações diretas”, diz o gerente do Departamento de Café, Paulo Miranda.
Com área de mais de 4 mil metros quadrados para o armazenamento, a Coomap é responsável pela captação do grão até a preparação para a comercialização no mercado nacional e internacional. O armazenamento é individualizado e a produção é rastreada. De acordo com Paulo, entre os benefícios de contar com a parceria do Sistema Faemg estão as capacitações recebidas pelos associados, via Sindicato dos Produtores Rurais de Paraguaçu, os cursos em áreas do manejo com o café, programas Gestão com Qualidade em Campo (GQC), Sucessão no Campo e Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte”.
Participantes do ATeG Café+Forte ou associados a Sindicatos de Produtores Rurais têm prioridade na ordem de participação. O ‘Meu Café no Sistema Faemg 2022’ vai até junho de 2023, e depois a intenção é dar continuidade ao projeto com os cafés da nova safra.
(*) Com informações do Sistema FAEMG