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Tratamento do solo via satélite aumenta a produtividade das lavouras em até 30%

Tecnologia inédita foi desenvolvida por um especialista em TI e tem conquistado clientes no Brasil e exterior

Ondas eletromagnéticas que reorganizam átomos de macro e micronutrientes do solo de modo que as lavouras os absorvam mais facilmente. A descrição pode até parecer enredo de ficção científica, mas não é. A tecnologia foi criada pelo diretor de tecnologia da empresa paulista Efatha, Luzo Dantas Júnior, e consiste na separação (ou agrupamento) de átomos, via satélite de macro e micro nutrientes do solo, fazendo com que as lavouras produzam mais, com ganhos de produtividade que oscilam entre 20% e 30%.

Falando assim, pode até parecer fácil. Mas também não é. Luzo, que é especialista em tecnologia da informação, passou anos envolvido no desenvolvimento dessa tecnologia - de 2000 a 2007. Tudo começou, casualmente, quando ele fazia uma pesquisa na internet e se deparou com um vídeo que mostrava um experimento onde colocava-se areia sobre uma chapa de alumínio e aplicava-se sobre essa placa uma determinada frequência. Isso desencadeava desenhos de areia diferentes sobre essa placa. A cada frequência, o desenho mudava. “Achei aquilo extremamente interessante. De madrugada, acordei com uma pergunta: “o que será que aconteceria se, em vez de areia, colocássemos átomos?”

Com essa questão martelando-lhe a cabeça dia e noite, o especialista não conseguiu mais parar: foram sete anos de desenvolvimento para conseguir o primeiro resultado, que só veio em 2007. Ele descobriu que um determinado algoritmo permite que, por meio de frequências extremamente baixas, entre zero e 100 hertz, que não provocam danos à saúde humana, animal e vegetal, é possível reduzir as distâncias entre os átomos. “O segredo está na sequência das frequências e no tempo de aplicação de cada uma delas, o que promove um maior ou menor distanciamento entre os átomos e, com isso, se consegue fazer ajustes físico-químicos em elementos ou em qualquer composto biológico ou não”, disse.

Melhores colheitas


Na prática, ao emitir ondas com frequências específicas, a tecnologia reorganiza a constituição de átomos, alterando a configuração de um elemento. No caso, os nutrientes do solo. O “tratamento” é feito com a ajuda de satélites que atuam por geolocalização e repercutem em safras proporcionando maior facilidade na absorção de alguns nutrientes, e, consequentemente, melhores colheitas.

“O rearranjo da distância entre os átomos dos macro e micronutrientes, faz com que a planta produza mais. Os átomos do solo são “tratados” via satélite, o que permite a atuação em qualquer localidade do planeta, sendo necessário apenas a geolocalização da propriedade”, explica Luzo.

A planta absorve o alimento com mais facilidade, economizando energia e torna-se mais saudável, produtiva, resistente e robusta. Os ganhos em termos de produtividade, de acordo com o pesquisador, oscilam em torno de 20 a 30%. “Isso é muito significativo para o produtor rural porque ele não tem que mudar em nada o manejo. Os tratos culturais que fazia, as análises de solo… podem e devem continuar sendo feitas”.

Viável para todos os produtores


Se é viável para qualquer perfil de produtor? “Sim é extremamente viável porque cobramos apenas uma fração do resultado. No caso da soja, por exemplo, a aplicação da tecnologia significa de dez a 12 sacas a mais do grão, algo em torno de RS 1700 de lucro. O produtor terá que pagar cerca de RS 500 desse montante. Vale a pena!”

O perfil dos clientes? De pequenos agricultores a grandes indústrias do setor. Ao todo, são mais de 62.000 hectares atendidos, com destaque para os sojicultores. O tratamento do solo começa uma semana antes do plantio e permanece até à colheita. O protocolo é o mesmo para qualquer cultura. Já temos centenas de experimentos onde temos demonstrado um ganho de produtividade que oscila em torno de 20% a 30%.

Esse ganho adicional, aliás, é o que mais gratifica Luzo:

Os produtores rurais já têm que lidar o tempo todo com estiagens prolongadas, tempestades, geadas e outras intempéries climáticas. Poder ajudá-los a permanecerem na profissão, sobrevivendo com dignidade e boa lucratividade, é recompensador.

Clientes no Brasil e exterior

Hoje, a Effatha trabalha com 14 culturas, como a soja, o milho, o algodão, a cana-de-açúcar, o feijão, o arroz, o milheto, o sorgo, o tomate e a batata, entre outras. Os clientes estão espalhados por todo o Brasil, Colômbia e Paraguai e há testes em andamento em 11 países.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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