Já ouviu falar em Ranch Sorting? A modalidade esportiva é uma espécie de ‘filho caçula’ do universo dos esportes equestres. Importada dos Estados Unidos, a prática caiu no gosto dos brasileiros, principalmente entre os criadores de cavalos Quarto de Milha, indicados para as provas por sua grande aptidão física ou, simplesmente, entre quem trabalha no campo ou têm alguma ligação com ele.
Para se ter uma ideia, a principal competição nacional da modalidade que acontecerá no BH Horse Show - BHHS - no Parque da Gameleira, no próximo 7 de setembro, teve suas inscrições esgotadas em uma semana. “Duas mil e novecentas equipes foram inscritas e eu ainda tenho uma lista imensa de interessados à espera de desistências”, conta o empresário e organizador Dênio Melo, que também é médico-veterinário e promove torneios da modalidade desde 2013.
A premiação do BHBS desse ano será a maior já oferecida no país, totalizando R$ 300 mil, sendo R$ 100 mil em dinheiro, além de quatro carros, cinco trailers e 12 motos.
Segundo ele, a explosão da modalidade, no Estado, se deu em 2019, durante o primeiro BHHS. Na ocasião, houve recorde de inscrições (1600 equipes), de premiações e de tempo de prova quando os competidores mineiros Carlos Braz e Guilherme Romão, tornaram-se recordistas mundiais, fechando a prova em 22 segundos e 47 milésimos. Até então, o recorde pertencia aos paulistas Vinícius Lélis e Guilherme Brisighello, com 23 segundos 44 milésimos.
A partir daí, ‘choveram’ convites para Melo organizar provas em todo o Brasil. Hoje, ele promove, pelo menos, duas por mês, somente em Minas. As cidades com os maiores números de adeptos são as da Região Metropolitana, como Betim, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves e ainda Papagaios, Patos de Minas, Bom Despacho e Itaúna. “Eu arriscaria dizer que, de 2019 pra cá, houve um crescimento no número de adeptos de 70%”, disse o empresário.
Invenção dos americanos
A prática foi inspirada nas atividades do dia a dia do manejo com o gado no campo. Os participantes devem apartar os animais do rebanho entre currais, de maneira organizada e em duplas, que podem ser formadas por familiares, marido e mulher, pais e filhos ou por amigos.
Melo acredita, aliás, que essa é uma das razões para o sucesso do esporte: o fato de pode ser praticado em família e por “qualquer pessoa de 4 a 80 anos”. Será? Mas não é perigoso? Não existe o risco do boi se sentir estressado e atacar os competidores? Melo garante que não porque nas competições em que participam crianças ou indivíduos pouco experientes é utilizado um gado treinado e comprovadamente manso, reduzindo, assim, as chances de acidentes. “Além disso, cada pessoa pode fazer no seu ritmo. Há várias categorias, do iniciante ao profissional”, disse o promotor.
Ele aconselha quem quiser começar a praticar, a fazer aulas. Existem várias escolas na Região Metropolitana (veja box abaixo)
Local e Regras
O local da competição deve ter dois currais, em um deles ficam as 10 cabeças de gado numeradas, de 1 a 10, e no outro a dupla. Antes da prova começar, o locutor indica um número, que pode ser 3, por exemplo. Assim, a dupla participante deverá ordenar as cabeças de gado de acordo com esse número indicado. Neste exemplo ficaria assim: 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0, 1, 2. Vence a competição a dupla que conseguir organizar as cabeças de gado de acordo com esse número em menos tempo.
Onde aprender
Rancho Vale da Serra - Centro de Treinamento de cavalos e cavaleiros para a prática de Ranch Sorting com os professores e instrutores Fabrício Salgado e Gustavo Bellini. Informações: (31) 9 9717-1697.
Guilherme Amaral - Treinador de cavalos e cavaleiros para a prática de Ranch Sorting. (31) 31 9 9972-8404
Bruno Sá Grise - Equipe de competição com aulas e treinamentos em Lagoa Santa, com o professor Bruno Sá Grise, primeiro do ranking na categoria Aberta (para profissionais) em 2022 pela ABQM (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha) @sagriseteam (31) 9 9826-5909