Dialogar é caminho insubstituível para construir e renovar um projeto civilizatório. Quando o diálogo é abandonado, abrem-se espaços para autoritarismos, manipulações e hegemonias que produzem graves perdas sociais. O diálogo tece clarividências, reconhece princípios e impulsiona o desenvolvimento integral. Sua falta, enraizada em feridas narcísicas, adoece relações e instituições, gerando atrasos e ameaçando o bem comum. No âmbito governamental, a ausência de diálogo leva ao desrespeito aos direitos cidadãos e distancia as decisões das necessidades reais da população, que fica refém de disputas ideológicas.
Substituir o diálogo por “quedas de braço” prejudica processos que poderiam tornar a sociedade mais fraterna. Tal postura frequentemente camufla manipulações que favorecem poucos e penalizam os mais vulneráveis. A tergiversação política, alheia à escuta e à reflexão qualificada, deteriora a qualidade de vida e as escolhas públicas. Representantes comprometidos com o diálogo evitam que projetos humanitários sejam destruídos por interesses partidários ou pela sede de poder. Dialogar exige escutar. Diferente do monólogo de quem detém poder e se distancia de interlocutores, o diálogo constrói entendimentos, partilha conhecimento e consolida pertencimento. Escutar profundamente é essencial para discernir e responder adequadamente às demandas sociais.
Ignorar os clamores dos pobres alimenta um bem-estar egoísta e agrava exclusões. Uma sociedade que amplia a distância entre ricos e pobres compromete a justiça e favorece privilégios. O exercício responsável da cidadania requer investir no diálogo, identificando tudo o que o enfraquece. O diálogo torna-se inviável diante de visões estreitadas, movidas por interesses pecuniários, sede de poder ou disputas ideológicas cegas. Essas distorções alimentam conflitos entre grupos, nações e instituições. O diálogo, com a dinâmica da escuta, possibilita soluções, supera ressentimentos e abre caminhos de cura. Ódios são superados, guerras cessam, inimigos se reconciliam e a alma encontra paz.
A cultura do diálogo é fundamento da cultura do encontro, urgente para promover solidariedade e respeito à dignidade humana e ao cuidado com o planeta. O patrimônio ético e moral de uma sociedade depende do diálogo, essencial para novos parâmetros civilizatórios. Dialogar sempre, investindo cada vez mais em diálogos civilizatórios.