Estar ao lado dos pobres, excluídos e marginalizados é parte essencial da fé cristã e uma lição para toda a sociedade. A Exortação Apostólica Dilexi te (Eu te amei), do Papa Leão XIV, reforça esse chamado, inspirando governantes e cidadãos a viverem com discernimento e sensibilidade social, fundamentados na Doutrina Social da Igreja. O texto recorda que os mais pobres ocupam lugar especial no coração de Deus, pois neles Cristo continua a sofrer e a ressuscitar, e é junto deles que a Igreja reencontra sua missão mais autêntica.
O Papa evoca exemplos como Santa Madre Teresa de Calcutá, que dedicou sua vida aos indigentes, lavando suas feridas e acompanhando-os com ternura e oração, e Santa Dulce dos Pobres, o “anjo bom da Bahia”, que começou sua obra em um galinheiro e construiu um dos maiores complexos sociais do Brasil. Ambas mostram que a caridade vivida com fé, criatividade e amor pode transformar a realidade e inspirar a atuação social, especialmente dos governantes, muitas vezes distantes dos que sofrem.
A exortação chama líderes e políticos a se aproximarem dos últimos, ouvindo seus clamores e pautando suas ações pela solidariedade, não pela busca de vantagens. O progresso econômico é importante, mas deve caminhar junto com o compromisso moral e humano. Somente com valores éticos firmes é possível combater a indiferença, a violência e a corrupção que corroem a dignidade humana.
O Papa alerta para o domínio do dinheiro e da lógica do “vale tudo”, contrapondo-lhes a força espiritual de estar “ao lado dos últimos”. Essa atitude possui poder educativo e moral, capaz de redimensionar interesses e promover uma economia mais justa e solidária. Para os discípulos de Jesus, esse compromisso é expressão da própria identidade cristã: lutar pela equidade, combater a fome e a violência, e reconhecer no mais fraco o rosto do próprio Cristo. Assim, a mensagem de Leão XIV renova o chamado à construção de um mundo mais justo, fraterno e fiel à dignidade inviolável de cada ser humano.
