Os minerais críticos são recursos essenciais para processos tecnológicos e setores estratégicos, como defesa, energia e indústria de ponta. Entre eles estão lítio, cobalto, níquel e terras raras, indispensáveis para a produção de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.
Essas substâncias têm grande importância para viabilizar inovações tecnológicas e energias renováveis, além de serem fundamentais na redução da pegada de carbono e na garantia da segurança econômica e geopolítica diante da crescente demanda mundial por sustentabilidade e digitalização.
O Brasil possui reservas comprovadas de lítio, níquel, cobre, grafite, terras raras e até de cobalto. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), sua produção pode ser ampliada com o aprofundamento do conhecimento geológico, da pesquisa mineral e de novas concessões de lavra. A previsão é de US$ 68,4 bilhões em investimentos até 2029 para a exploração desses minerais.
Conheça alguns minerais estratégicos
Cobre – Primeiro metal utilizado pelo ser humano, em regiões onde era abundante. É amplamente empregado como fio condutor, por ser naturalmente eficiente, dúctil e resistente.
Grafita – Mineral macio e flexível, de baixa dureza. Altamente refratária, é o melhor condutor térmico e elétrico entre os não metais, além de ser quimicamente inerte. Ocorre em rochas ígneas, sedimentares, metamórficas e até em meteoritos.
Seu principal uso está na indústria de refratários, em tijolos de alta temperatura e revestimentos para produção de metais, cerâmica, petroquímica e cimento. Também é aplicada em lápis (misturada com caulinita), eletrodos, escovas de polimento, lubrificantes, reatores, cadinhos, baterias, indústrias do ferro e do aço, tintas, galvanoplastia e munições.
Níquel – Elemento químico de número atômico 28, classificado como metal de transição. Relativamente abundante na crosta terrestre, costuma estar associado a depósitos de cobre, motivo pelo qual já foi conhecido como “cobre branco”. Quando puro, apresenta brilho metálico cinza claro, levemente dourado.
Com grande resistência à corrosão e à força mecânica, hoje é usado em mais de três mil ligas metálicas, principalmente com ferro, na produção de aço inoxidável.
Cobalto – Metal de transição com propriedades magnéticas, encontrado associado a níquel e elementos do grupo da platina (PGE). Relativamente comum na crosta terrestre, é amplamente usado em ligas especiais e superligas, além de atuar como catalisador na indústria do petróleo e na produção de baterias para veículos híbridos.
Lítio – Abundante no Brasil, é encontrado em rochas ígneas chamadas pegmatitos, diferente das salmouras evaporíticas, onde aparece como sais. É matéria-prima para baterias de carros híbridos e elétricos, além de cerâmicas e vidros. Também serve para produzir graxas lubrificantes e, nas indústrias elétrica e eletrônica, destaca-se nas baterias de íons de lítio, recarregáveis e de alta densidade energética. Curiosamente, também é aplicado nas áreas farmacêutica e metalúrgica.
Nióbio – Metal branco e brilhante, de baixa dureza, extraído principalmente da columbita. Também pode ser obtido de minerais como pirocloro, loparita, euxenita, manganotantalita e samarskita. Resistente à corrosão e a altas temperaturas, basta adicionar 100 gramas a uma tonelada de aço para torná-lo mais leve e resistente a fraturas e torções.
Atualmente, é usado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, tomógrafos de ressonância magnética, indústrias aeroespacial, bélica e nuclear, além de aplicações em lentes óticas, lâmpadas de alta intensidade, produtos eletrônicos e até piercings.
Curiosidade
Ao pesquisar sobre o tema, é comum encontrar as expressões “minerais críticos” e “minerais estratégicos”. Essa diferença se deve à perspectiva adotada: “minerais críticos” é o termo mais usado no cenário internacional, enquanto “minerais estratégicos” corresponde ao olhar brasileiro.
