ESG: projeto Eloos discutiu reparação e futuro sustentável da mineração

Painel aborda responsabilidade socioambiental, governança e reconstrução da confiança no setor mineral

Lucas Kallas, CEO da Cedro, e Paulo de Tarso, procurador-geral de Minas Gerais, durante evento de Mineração do Projeto Eloos

O painel “Reparar para Avançar: O Desafio” do projeto Eloos, em Nova Lima, reuniu nesta segunda-feira (22) autoridades e especialistas para debater o papel do ESG no setor mineral. Participaram Paulo de Tarso Morais Filho, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais; Antônio Anastasia, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU); Thiago Toscano, CEO da Itaminas; Lucas Kallas, CEO da Cedro; e Rodrigo Vilela, CEO da Samarco.

O ESG (sigla inglesa para Ambiental, Social e Governança) é um conjunto de critérios que avalia o desempenho de uma empresa em relação à sustentabilidade e responsabilidade corporativa.

O debate destacou a importância da reparação de danos, do fortalecimento da governança e da adoção de tecnologias sustentáveis, apontando caminhos como energias renováveis, circularidade e integração com as comunidades.

Rodrigo Vilela falou sobre os aprendizados da última década e como a Samarco mudou e cresceu desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, há dez anos.

“Esse ano completam-se 10 anos do rompimento e de tudo que passamos. Falar da Samarco é fácil, todos conhecem a nossa empresa: desde o nascimento, no pior momento, até agora, na reconstrução. A empresa nasceu com inovação, éramos chamados de projeto Samarco, um projeto inovador e muito novo. Passados 10 anos, seguimos pedindo desculpas por esse fato que transformou nossa empresa, Minas Gerais e o setor mineral. Somos conscientes dos impactos que causamos em todas as esferas – estaduais, municipais e também junto aos nossos pares da mineração”, iniciou Vilela.

“Foi a partir disso que retomamos a empresa, já sem barragens de rejeitos. Ainda em 2018, antes mesmo da lei, optamos por não ter mais barragens. Uma retomada segura e gradual, baseada em tecnologia, automação e inteligência artificial. É uma década de um episódio que lamentamos muito, mas que também nos deu a oportunidade de reconstrução – inclusive das relações com a sociedade e com a mineração mundial”, agregou o CEO da Samarco.

Vilela apontou ainda mudanças além da substituição das barragens. “Investimos em tecnologia, sistemas de automação, controle e segurança de toda a operação. Passamos por uma transformação gerencial, revisamos todos os processos e hoje trabalhamos sobre pilares sólidos de sustentabilidade. Desenvolvemos programas de diversidade, inclusão, equidade e estamos cada vez mais próximos da sociedade”, conta.

Regulação da mineração em Minas

Paulo de Tarso, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, destacou a atuação do Ministério Público após os rompimentos e as mudanças adotadas.

“Infelizmente a vida faz isso: temos que aprender com as tragédias, que eram inimagináveis no passado. O Ministério Público se dotou de outros órgãos internos para ampliar o controle e a fiscalização dos processos minerários. De forma geral, podemos citar a Lei Mar de Lama Nunca Mais, impulsionada pelo Ministério, que trouxe mais rigor e segurança para o setor”, disse.

“Temos hoje um centro integrado de fiscalização das barragens e um acordo para descomissionar as estruturas a montante em Minas Gerais. Faltam apenas 31, e o prazo final é 2035. É um aprendizado doloroso. Tenho certeza da importância da mineração para Minas Gerais, é uma necessidade. Costumo classificar os minerais do estado como patrimônios da humanidade. Devemos melhorar cada vez mais nossos processos para garantir sustentabilidade”, destacou o procurador-geral.

Reponsabilidade do setor mineral

O ministro do TCU, Antônio Anastasia, ressaltou a necessidade de responsabilidade no setor.

“A mineração deve ser feita com muita responsabilidade, porque traz um prejuízo ambiental enorme. O ambiente não volta a ser exatamente o mesmo, mas há formas de melhorar e transformar. Temos inúmeros mecanismos para usar, e o Ministério propõe ações cotidianamente contra mineradoras que não seguem a legalidade”, afirma Anastasia.

O CEO da Cedro, Lucas Kallas, falou sobre sustentabilidade na prática.

“A visão da Cedro está na linha da sustentabilidade. Temos que retirar as carretas das estradas. Todo minerador hoje tem obrigação de pensar e buscar tecnologias para ser o mais sustentável possível. Estamos investindo na expansão em Mariana, onde vamos construir um TCLD (Transportador de Correia de Longa Distância), uma correia que vai retirar cerca de três mil veículos das rodovias”, disse.

“O caminho e a vocação do nosso estado ainda é o minério de ferro, e temos abundância de energia renovável. Hoje, no Brasil, é Minas Gerais que pode alavancar o setor. Nossa linha é a sustentabilidade”, complementou o empresário

Kallas destacou ainda a importância de empreender. “O empresário tem que acreditar no país e ter coragem de empreender. Não adianta querer chegar ao fim sem passar pelo início.”

Sustentabilidade

Thiago Toscano, CEO da Itaminas, ressaltou o diferencial da empresa nas práticas sustentáveis. “Quando começamos a olhar para a agenda de ESG, vimos que faltava um ‘E’ de segurança. Convencionamos chamar de ESG². Trazemos a segurança como integrante do ESG. Segurança não só para a empresa, mas também para mitigar riscos e desastres para o município como um todo.”

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