Enquanto Israel se prepara para a libertação de reféns sobreviventes do Hamas, palestinos vivem incertezas. O
O pacto contempla a libertação de 250 condenados à prisão perpétua e cerca de 1.722 pessoas detidas durante os dois anos de guerra em Gaza. Embora 22 menores de idade estejam incluídos, os nomes exatos de quem será solto ainda não foram confirmados.
Exigências do Hamas e incursões israelenses
O Hamas tem insistido na soltura de figuras de alto escalão, como Marwan Barghouti, do partido Fatah (apelidado de “Mandela palestino” e com cinco penas de prisão perpétua), e Ahmad Sa’adat, da Frente pela Libertação da Palestina (cumpre 30 anos de pena).
A lista preliminar de 250 detentos de segurança máxima divulgada pelo Ministério da Justiça israelense indica que:
- 15 serão libertados em Jerusalém Oriental.
- 135 serão expulsos para a Faixa de Gaza ou para o exterior (principalmente Turquia e Qatar).
- 100 serão soltos na Cisjordânia, a menos que haja mudanças de última hora.
No entanto, a tensão é alta nas áreas palestinas. A agência de notícias Wafa reportou que soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram e revistaram as residências de pelo menos oito presos em Nablus, na Cisjordânia ocupada. O irmão de um deles chegou a ser algemado, e militares teriam advertido as famílias a não celebrarem a soltura dos prisioneiros. Incursões similares foram relatadas em Hebron e Deir Samet.
Prisioneiros de segurança e civis detidos
Sabe-se pouco sobre os mais de 1.700 detidos. Segundo o jornal The Guardian, dos cerca de 6 mil palestinos presos desde 7 de outubro de 2023, apenas um quarto foi identificado como combatente ou afiliado a organizações terroristas.
O jornal britânico afirma que as prisões israelenses abrigam uma grande variedade de civis, incluindo “profissionais de saúde, professores, funcionários públicos, profissionais de mídia, escritores, doentes, deficientes e crianças”.
Dois diretores de hospitais em Gaza, os médicos Hussam Abu Safiya e Marwan Al Hams, não devem ser incluídos na libertação. Ambos são acusados por Israel de ligação com o Hamas, acusações que, segundo numerosas ONGs de direitos humanos, carecem de provas concretas.