A BBC revelou evidências de abusos e tortura generalizados cometidos pelo fundador da Igreja Sinagoga de Todas as Nações (Scoan), uma das maiores igrejas evangélicas cristãs do mundo.
O pastor nigeriano Temitope Balogun Joshua, mais conhecido como TB Joshua, era uma figura carismática e controversa, conhecida por suas pregações e autodenominados “milagres de cura”.
O fundador da Igreja Sinagoga de Todas as Nações faleceu em junho de 2021.
A investigação, conduzida ao longo de dois anos, colheu depoimentos de dezenas de ex-membros que denunciaram terem sido vítimas de atrocidades cometidas por TB Joshua, incluindo abuso sexual e abortos forçados.
A pesquisa da BBC reuniu relatos de testemunhas oculares que descrevem violência física e tortura perpetradas por Joshua.
Entre os casos estão relatos de abuso infantil, pessoas sendo chicoteadas e acorrentadas, revelando um padrão alarmante de comportamento abusivo dentro da igreja.
SCOAN
A sede da Scoan está situada em Lagos, capital da Nigéria. O complexo atrai peregrinos de diferentes partes do planeta para acompanhar as atividades religiosas e eventos realizados pela a igreja.
Estima-se que a vertente tenha entre 2 a 3 milhões de seguidores em todo o mundo, sendo até hoje umas das igrejas cristãs mais populares da África.A igreja tem filiais em mais de 150 países, e seu programa de televisão, Emmanuel TV, é transmitido para mais de 200 países.
Ela também tem uma presença significativa nas mídias sociais, com mais de 10 milhões de seguidores no Facebook.
Durante as décadas de 1990 e 2000, a igreja atraiu dezenas de milhares de peregrinos de diferentes continentes para testemunhar os autodenominados “milagres de cura” realizados por TB Joshua.
O fundador da SCOAN abrigou pelo menos 150 visitantes em seu complexo em Lagos, alguns vivendo como discípulos por décadas. Alguns ex-discípulos, agora, denunciam o ambiente de abuso sistemático dentro da igreja, revelando um lado sombrio da figura de TB Joshua.
As revelações da BBC levantam sérias questões sobre a responsabilidade e prestação de contas dentro da Igreja Sinagoga de Todas as Nações.
A instituição ainda não respondeu oficialmente às denúncias.