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Concentração de gases de efeito estufa que retêm calor na Terra é a maior em 5 milhões de anos

Pela primeira vez, as concentrações médias globais de dióxico de carbono, estavam 50% acima dos níveis da era pré-industrial

A concentração de gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera atingiu novo recorde em 2022, aponta boletim da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado na última quarta-feira (15). A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO₂ foi há 5 milhões de anos, quando a temperatura era 2/3°C mais quente e o nível do mar era 10/20 metros mais alto do que agora.

A taxa de crescimento das concentrações de CO₂ foi ligeiramente inferior à do ano anterior e à média da década, apontou o Boletim sobre Gases de Efeito Estufa da OMM. No entanto, o boletim afirma que isso se deve, muito provavelmente, a variações naturais de curto prazo no ciclo do carbono, e que as novas emissões resultantes de atividades industriais continuaram a aumentar.

“As concentrações de metano (CH₄) também aumentaram, e os níveis de óxido nitroso (N₂O), o terceiro principal gás, tiveram o maior aumento anual registrado de 2021 a 2022, de acordo com o Boletim sobre Gases de Efeito Estufa, publicado nesta semana para apoiar as negociações que acontecerāo durante próxima Cúpula Climática da ONU - a COP28, que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro”, detalha a publicação.

“Apesar de décadas de alertas da comunidade científica, milhares de páginas de relatórios e dezenas de conferências sobre o clima, ainda estamos caminhando na direção errada. O nível atual de concentrações de gases de efeito estufa nos coloca no caminho de um aumento nas temperaturas bem acima das metas do Acordo de Paris até o final deste século. Isso será acompanhado por condições climáticas mais extremas, incluindo calor e chuvas intensas, derretimento do gelo, aumento do nível do mar, aquecimento e acidificação dos oceanos. Os custos socioeconômicos e ambientais aumentarão muito. Precisamos reduzir o consumo de combustíveis fósseis com urgência”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

Dióxido

O dióxido de carbono é o gás com efeito de estufa mais importante na atmosfera, sendo responsável por aproximadamente 64% do efeito de aquecimento no clima, principalmente devido à combustão de combustíveis fósseis e à produção de cimento, conforme a Organização Meteorológica Mundial.

O aumento de 2,2 partes por milhão (ppm) na média anual de 2021 a 2022 foi ligeiramente inferior ao de 2020 a 2021 e da última década (2,46 ppm ano).

“A razão mais provável é o aumento da absorção de CO2 atmosférico pelos ecossistemas terrestres e pelo oceano após vários anos com um evento La Niña. O desenvolvimento de um evento El Niño em 2023 pode, portanto, ter consequências nas concentrações de gases com efeito de estufa.”

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022
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