O governo da Colômbia afirma não saber onde estão as quatro crianças indígenas desaparecidas, entre meninos e meninas, após queda de avião na Amazônia, na fronteira Caquetá e Guaviare, ocorrida há 18 dias. O presidente colombiano Gustavo Petro lamentou a confusão pelas redes sociais e disse que a “vida das crianças é o mais importante.”
A mensagem postada nas redes sociais pelo presidente colombiano informando que as crianças haviam sido encontradas com vida foi excluído após a confirmação negativa do resgate.
“Decidi excluir porque as informações fornecidas pelo ICBF não puderam ser confirmadas. Sinto muito pelo que aconteceu. As Forças Armadas e as comunidades indígenas continuarão em sua busca incansável para dar ao país a notícia que tanto espera. Neste momento não há outra prioridade senão avançar com a busca até encontrá-los. A vida das crianças é o mais importante”, disse o Gustavo Petro.
Em nota enviada à imprensa, o Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar reconheceu o erro e justificou dizendo que a confirmação do encontro das crianças havia sido feito após recebimento de um relatório confirmando que elas estavam vivas.
“Na tarde deste 17 de maio, em meio às buscas por sobreviventes do acidente do avião HK 280, ocorrido na fronteira entre Caquetá e Guaviare, foram recebidas informações do território que garantem contato com os quatro meninos e meninas que faziam parte das pessoas que foram transportadas na aeronave. O referido relatório afirma que eles foram encontrados com vida e que também estão bem de saúde.”
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O instituto esclareceu, ainda por meio de nota, que após receber a informação entrou em contato com o escritório regional em Caquetá e que, após intensas buscas, as Forças Armadas ainda não conseguiram estabelecer contacto oficial devido às difíceis condições climáticas.
“Estaremos informando, pelos canais institucionais, sobre o andamento das buscas e o ICBF estará à inteira disposição para iniciar o procedimento de restabelecimento de direitos e o respectivo apoio psicossocial.”
Acidente
Os irmãos de 13, 9 e 4 anos e o bebê de 11 meses continuam desaparecidos, após a queda da aeronave na qual viajavam na Amazônia colombiana, no último dia 1° de maio.
Três adultos, incluindo o piloto e a mãe das crianças, morreram e os corpos foram encontrados. Mais de 100 soldados buscam os menores e seguem pistas que sugerem a possibilidade de que haja ao menos um sobrevivente, de acordo com o Exército.
Na quarta-feira, Petro anunciou no Twitter que os quatro irmãos haviam sido resgatados com vida, mas nesta quinta excluiu a mensagem e se retratou.
A notícia das crianças perdidas deu a volta ao mundo, com vídeos e fotos do Exército sobre o dia a dia das operações de busca, nas quais foram encontrados abrigos improvisados com galhos, paus, além de laços de cabelo, sapatos, roupas, uma mamadeira e frutas mordidas.
Segundo o avô, Fidencio Valencia, os menores “estão acostumados com a floresta”, mas podem ter se escondido, por medo, após o acidente. “Queremos ver ou encontrar as crianças. Sei que estão há muito tempo na floresta. Com o apoio de todas as pessoas, energia indígena e orações, podemos”, disse Valencia ao telejornal “Noticias Caracol”.
Os militares suspeitam de que as crianças possam estar percorrendo a floresta, entre os departamentos de Caquetá, onde caiu o avião, e Guaviare. À tarde, foram divulgadas imagens de uma pegada na lama, que poderia ser de uma delas.
Com informações da AFP