“Acho que foram os piores 10 segundos da minha vida”. O relato é da pedagoga brasileira Eliana Monteiro Pereira, que mora em İskenderun, na Turquia, há 6 anos. Em contato com a Itatiaia na manhã desta segunda-feira (6), ela descreveu os momentos de pânico que ela e a família viveram quando o terremoto de 7,8 na escala Richter atingiu a região Central do país, nesta madrugada.
Eliana e a família estavam dormindo quando o tremor começou: “A gente se jogou no canto da cama e saímos para a rua. Estava chovendo, muito frio e ventando muito. O asfalto começou a ceder e se abriu. Cenas de filme mesmo. Nós saímos com o carro para um lugar mais seguro. Nosso apartamento teve poucas avarias, mas muitos apartamentos e prédios aqui em İskenderun, cidade que vivo, cederam”, contou a brasileira por meio de um aplicativo de mensagens.
O terremoto de magnitude 7,8 foi sentido no sudeste da Turquia, no norte da Síria , derrubou centenas de prédios e matou mais de 1.500 pessoas. O número de vítimas deve aumentar à medida que equipes de resgate vasculham montes de destroços em cidades e vilas da região.
A tragédia aconteceu às 4h17 no horário local (22h10 de domingo no horário de Brasília). O epicentro foi próximo a Gaziantepe, cidade turca de aproximadamente dois milhões de habitantes perto da fronteira com a Síria.
“Um aplicativo do governo mandou mensagem para a gente sair pra rua. Um, dois meses antes teve um pequeno treinamento. Eles estão mandando mensagens, para não voltarmos para casa. Só voltar quando tiver autorização. No momento não é seguro, porque pode ter outros terremotos. Acho que o governo está fazendo o que pode, porque está um caos”, disse a pedagoga, que viu vários prédios históricos da cidade condenados.
“É uma cidade muito bonita, com prédio de centenas de anos e vi vários deles bem avariados”, disse. “Eu e minha família estamos seguros, mas tive casos de amigos que estavam com a família soterrada, mas conseguiram tirar”, completou.
Centenas de pessoas ainda estão presas sob os escombros e destroços em cidades e vilas em toda a área. De acordo com o último balanço divulgado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pelo menos 912 pessoas morreram e quase 5.400 ficaram feridas. Pelo menos 2.818 prédios desabaram com o tremor, o que sugere um número de vítimas muito maior.
Na Síria, o terremoto provocou ao menos 592 mortes - e 1.089 ficaram feridas em áreas controladas pelo governo, enquanto as buscas sob os escombros ainda estão em andamento, segundo o Ministério da Saúde sírio citado pela agência oficial de notícias Sana.
*Com informações do Estado Conteúdo
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