Ouvindo...

Padres estrangeiros pedem para deixar Nicarágua em meio à perseguição, diz cardeal

Cardeal Leopold Brennes diz que saída de sacerdotes ordenados no país compromete Igreja Católica

Cardeal Leopold Brennes reconheceu dificuldade em manter trabalho da Igreja Católica na Nicarágua

Os sacerdotes estrangeiros ordenados no Seminário de Manágua têm pedido para voltar a seus países, o que compromete o trabalho da Igreja na Nicarágua, disse o cardeal Leopoldo Brenes neste domingo (29).

“Os sacerdotes que deixaram o Seminário, os catecúmenos ordenados aqui (...) têm querido voltar a seus países”, disse Brenes em sua homilia da missa dominical na Catedral de Manágua, um dia depois de ordenar 11 novos religiosos.

“Foram ordenados, mas querem voltar para servir [em seus países], estão em liberdade e eu vou lhes dar a excardinação” (a licença para ir a outras dioceses), pois “o importante é servir” e “eu não sou dono da vocação” deles, acrescentou o arcebispo de Manágua.

Perseguição a padres na Nicarágua

O cardeal citou o caso de um sacerdote chileno entre os que foram embora, mas não mencionou a razão para o êxodo dos novos religiosos ordenados no país, onde a Igreja tem sofrido os embates do governo de Daniel Ortega por silenciar as vozes críticas.

No ano passado, o governo expulsou o núncio apostólico, Waldemar Sommertag, tornou ilegal a Associação Missionárias da Caridade, da ordem da madre Teresa de Calcutá, e fechou vários veículos de comunicação católicos, entre eles o canal de televisão da Conferência Episcopal.

Além disso, o bispo Rolando Álvarez, crítico do governo, está em prisão domiciliar desde agosto e em 10 de janeiro, uma corte de Manágua decidiu que ele será julgado por suposta conspiração e propagação de notícias falsas.

AFP
Agence France-Presse é uma agência de notícias francesa, a AFP cobre a atualidade mundial com uma qualidade única de produção multimídia em vídeos, textos, fotos e infográficos em seis línguas.