Os pais de uma menina de 14 anos que morreu em maio do ano passado, em Derby, no Reino Unido, por inalar desodorante aerossol, estão reivindicando rótulos com indicações mais claras sobre os riscos à saúde. A adolescente Giorgia Green, então com 14 anos, teve uma parada cardíaca após espirrar o desodorante em seu quarto.
A menina era autista e os pais relataram que ela achava reconfortante borrifar a solução que tinha o mesmo odor que sua mãe. Após a morte de Giorgia, os pais dela começaram a procurar por casos semelhantes e encontraram outros jovens que morreram da mesma forma. Os genitores de Giorgia alegam que na Inglaterra os avisos de precaução vêm em letras pequenas, e que muitas famílias podem comprar o produto sem saber dos perigos.
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A Associação Britânica de Fabricantes de Aerossóis defende que os desodorantes possuem “advertências muito claras”. No país, o produto vem com a impressão “manter fora do alcance de crianças”, na embalagem.
Os pais de Giorgia contestam a eficácia do aviso nas embalagens. “As pessoas não sabem o quão perigoso pode ser o conteúdo dessas latas”, explica o pai de Giorgia, Paul Green. “Gostaria que ninguém mais no país, ou no mundo, passe pelo que passamos. Não queremos que a morte de nossa filha seja em vão.”, desabafou.
No Brasil, é proibida, desde 1976, a venda de produtos destinados a crianças em embalagens aerossóis.
A morte de Giorgia
A adolescente foi encontrada inconsciente pelo irmão em 11 de maio de 2022. “A porta dela estava aberta, então não era um ambiente fechado”, afirma o pai.
Paul Green explicou que Giorgia costumava cheirar o produto quando estava se sentindo ansiosa. “Ela borrifava o desodorante e isso dava uma sensação de conforto, porque era o desodorante que minha esposa usava”, explicou.
Investigadores que trabalharam no inquérito da morte de Giorgia informaram a situação foi um acidente. A causa do óbito foi registrada como não determinada e consistente com a inalação de aerossol.