José Roberto Guimarães, treinador da Seleção Brasileira de
O comandante comentou sobre a necessidade de receber jogadoras prontas para trabalhar no Brasil. E, a partir disso, trabalhar em melhorias pontuais e individuais.
“Seleção é lugar de receber jogadoras prontas. Jogadoras desenvolvidas e não é isso que acontece algumas vezes. Nós chamamos para observar e aí ela (jogadora) sai daqui com a ideia com as correções, sabe?”, disse.
“Assim, dizer: “você tem que melhorar é a tua bola para saída, tua bola pro meio, tua bola para a entrada, tua defesa, teu bloqueio, teu saque. Precisam melhorar tua qualidade de vida, você precisa investir mais da musculação, pelo menos ela sai daqui sabendo que é necessário que ela trabalhe no clube”, completou.
O treinador ainda falou que a avaliação é feita não só por ele, mas por um grupo de profissionais que trabalham na Seleção. Zé Roberto pontuou que todas as conversas visam melhorar as jogadoras e, por consequência, melhorar o nível do Brasil na busca por títulos.
“Erros vão ser cometidos de escolha e de avaliação. Muitas vezes acontece, existem mais pessoas para avaliar, mais pessoas para poder ver, para convocar, mas eu acho que a gente quer fazer o nosso melhor e quer entregar o nosso melhor. A Seleção quer fazer melhor. E quanto melhor jogadoras nós tivermos, melhores jogadoras nós tivermos, melhor para todo mundo como resultado”, comentou.
“Nós queremos ganhar o campeonato, queremos ser primeiro do ranking, queremos ser campeões olímpicos de novo. Agora é um processo para isso. Serão quatro anos de muito trabalho, de derrotas, de vitórias, de dificuldades, de crises, mas que a gente precisa ser forte o suficiente para continuar treinando, continuar buscando, continuar aprendendo, principalmente com as melhores seleções do mundo”, finalizou.
‘Tem que querer muito’
José Roberto Guimarães é técnico da Seleção desde 2003. O treinador brasileirou já teve sob seu comando inúmeras jogadoras de diferentes gerações. Na opinião do treinador, atualmente as atletas lidam diferente com a responsabilidade de representar o Brasil.
O técnico destacou o sacrifício necessário para estar no mais alto nível e defender a Seleção. Além disso, afirmou que trata eventuais pedidos de dispensas caso a caso. Veja, abaixo, a declaração na íntegra do comandante.
“Eu acho tem essas diferenças (de gerações). Isso é muito claro para gente, porque jogar na Seleção não é para qualquer um. Você tem que querer muito, tem que estar muito pronta, tem que se preparar muito. Você tem que renunciar a muita coisa e tem gente que não quer renunciar a nada. É o teu sonho? Corre atrás dele. Tem gente que tem menos talento, mais talento e aí muda muito. Eu vejo que é um pouco diferente hoje.
A jogadora é um pouco mais baixa. Ela fala: “Pô, eu vou fazer muito sacrifício, vou ter que correr muito”. A Gabi é excepcional. Tem 1,80 m. Ah, mas é uma Gabi. É, mas correu atrás do sonhos. Se é isso, viva para aquilo, faça para melhorar, para aprender, para evoluir. Procure ajuda, tudo pode acontecer, entendeu?
Então eu acho que eu vi tanta gente assim que chegou e que você não dava nada e que, p****, pela paixão, pela vontade cresceu, evoluiu e conseguiu realizar o sonho de vestir a camisa da Seleção. A gente preconiza isso. Eu acho que para estar aqui você tem que estar de corpo, alma e coração. Se não é melhor não estar, porque não vai trazer o que a gente precisa.
Quando você fala em pedido dispensa, você tem que analisar caso a caso. Existem pedidos ou por problema físico, problema emocional, algum momento da vida, tem várias coisas que podem ser fator, né?
Eu gostaria de ter um ciclo olímpico assim, ó, todas tão prontas, aptas, querem muito. Quando você tem isso é muito bom, mas quando você tem algumas coisas, já tive momentos assim de duas, três pedidos em dispensa de eu falar: “Olha, eu gostaria de contar com você". Diz: “Olha, não me convoca não, porque eu não tô com cabeça preparada para isso. Não tô pronta, não tô legal, preciso de um tempo para mim. Que que você vai fazer?” Entendeu? Dá o tempo para ela.
E aí não dizia assim: “Ah, mas ela ou ela renunciou à seleção, ela pode, depende do momento, por isso que eu te falei, depende do momento que ela tá vivendo naquele instante. que pode tá complicando a vida de cabeça, que ela pode ser convocada mais tarde. Eu acho que você não pode fechar a questão”