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Por que a remada unilateral corrige desequilíbrios nas costas

Entenda a biomecânica, os benefícios e como executar o exercício para um desenvolvimento simétrico e funcional

Remada unilateral em imagem do Freepik

O treino de costas é um pilar fundamental para a construção de um físico forte, estético e funcional. No entanto, é comum que atletas e praticantes de musculação desenvolvam desequilíbrios musculares, onde um lado do corpo se torna mais forte ou mais desenvolvido que o outro. A remada unilateral surge como uma ferramenta essencial para identificar e corrigir essas assimetrias. Este artigo detalha por que a remada unilateral é essencial para corrigir desequilíbrios musculares nas costas, analisando sua mecânica, benefícios e aplicação prática.

O que são desequilíbrios musculares e como eles afetam as costas?

Desequilíbrios musculares ocorrem quando há uma disparidade de força, tamanho ou ativação neural entre músculos ou grupos musculares opostos ou de lados diferentes do corpo. No caso das costas, é comum que o lado dominante seja mais forte, resultando em uma assimetria visível e funcional.

As principais causas para esses desequilíbrios incluem:

  • Atividades diárias: Carregar mochilas ou sacolas sempre do mesmo lado, má postura no trabalho ou até mesmo a preferência por um lado para realizar tarefas.
  • Prática esportiva: Esportes que exigem movimentos assimétricos, como tênis, golfe ou arremessos, podem fortalecer um lado do corpo em detrimento do outro.
  • Treinamento inadequado: Em exercícios bilaterais, como a remada curvada com barra, o lado mais forte tende a compensar a fraqueza do lado oposto, mascarando e agravando o problema.

As consequências de desequilíbrios nas costas vão além da estética. Elas podem levar a problemas posturais, como a escoliose funcional, aumentar o risco de lesões na coluna e nos ombros, e limitar o desempenho geral em outros levantamentos.

A mecânica da remada unilateral e seus benefícios diretos

A remada unilateral, como a clássica remada serrote com halter, neutraliza a tendência de compensação do lado dominante. Ao trabalhar cada lado do corpo de forma independente, ela oferece benefícios únicos para a correção de assimetrias.

  • Isolamento e foco: O trabalho unilateral permite uma conexão mente-músculo superior. É possível concentrar todo o esforço no lado que está sendo treinado, garantindo que os músculos-alvo, como o latíssimo do dorso, romboides e trapézio, sejam devidamente ativados e sobrecarregados.
  • Correção de déficits de força: O exercício força o lado mais fraco a realizar o mesmo volume e intensidade de trabalho que o lado mais forte, sem qualquer ajuda. Isso estimula a hipertrofia e o ganho de força precisamente onde é mais necessário, promovendo um desenvolvimento mais simétrico ao longo do tempo.
  • Estabilização do core: Durante a execução, o tronco precisa resistir ativamente às forças de rotação geradas pelo movimento. Essa demanda ativa os músculos do core, especialmente os oblíquos, contribuindo para uma maior estabilidade da coluna vertebral.
  • Maior amplitude de movimento: Comparada a muitas variações bilaterais, a remada unilateral frequentemente permite uma maior amplitude de movimento. É possível obter um alongamento mais profundo do latíssimo do dorso na fase excêntrica e uma contração de pico mais intensa no final do movimento, otimizando o estímulo para o crescimento muscular.
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Execução correta e variações para máxima eficácia

Para que a remada unilateral seja eficaz, a técnica de execução é primordial. A forma inadequada pode não apenas reduzir os benefícios, mas também aumentar o risco de lesões.

Passos para a execução da remada serrote

  1. Posicionamento: Apoie um joelho e a mão do mesmo lado em um banco plano. O outro pé deve estar firme no chão, ao lado do banco.
  2. Postura: Mantenha a coluna neutra e paralela ao chão. O core deve estar contraído para evitar a rotação do tronco.
  3. Movimento: Segure o halter com a mão livre, com a palma voltada para o corpo. Puxe o peso em direção ao quadril, mantendo o cotovelo próximo ao corpo. Concentre-se em espremer as escápulas no topo do movimento.
  4. Controle: Desça o peso de forma lenta e controlada, sentindo o alongamento do músculo dorsal.

As variações do exercício, como a remada unilateral na polia baixa ou com kettlebell, seguem os mesmos princípios de isolamento e controle, oferecendo estímulos ligeiramente diferentes para um programa de treino mais completo.

A incorporação da remada unilateral no treinamento de costas é uma estratégia inteligente e eficaz para construir uma base muscular sólida e equilibrada. Ao forçar cada lado a trabalhar de forma independente, o exercício não apenas corrige desequilíbrios de força e tamanho, mas também melhora a estabilidade do core e a ativação muscular geral. Portanto, trata-se de um movimento fundamental para quem busca não apenas um desenvolvimento estético, mas também funcional e preventivo contra lesões.

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