Pedrinho, presidente associativo do Vasco e no comando do futebol do clube desde maio, concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta (14), em São Januário. O principal ponto foi a intenção de vender a SAF para um investidor, e o dirigente explicou os motivos e o papel que terá nesta possível negociação.
“O investidor vai ser majoritário. Ninguém vai colocar dinheiro para os outros mandarem. Um ponto, para ficar claro, é que em nenhum momento, em cláusulas contratuais, vai ter qualquer tipo de exigência para que eu participe do futebol. Essa chance é zero. Não terá nenhum empecilho relacionado ao futebol. Todas cláusulas serão de proteção à instituição”, afirmou Pedrinho.
“Agora, eu voltando ao associativo, e tendo o possível investidor, vou usar a mesma frase que usei quando tinha a 777. Se você quiser, estou aqui para contribuir e colaborar. Se precisar da minha ajuda, assim vai ser. Não quero nada do futebol”, afirmou o ex-jogador e ídolo da torcida do Vasco.
O Cruzmaltino busca investidores para adquirir o percentual da SAF, que pertencia à 777 Partners. A A-Cap, seguradora norte-americana, possui 31%. Vale lembrar, que o associativo é detentor de 30% da SAF e outros 39% estão em discussão de arbitragem com a suspensão judicial.
No dia 15 de maio,
Confira, abaixo, outras respostas de Pedrinho, presidente associativo do Vasco:
Posicionamento antes de abrir a coletiva
“Enquanto eu for presidente do Vasco, a minha intenção vai ser vender a SAF. A minha intenção (com ênfase) é vender. Vender é um outro processo. Não posso ficar sentado esperando um investidor, porque tenho contas a pagar e preciso fazer com que o clube ande. Tenho dívidas, tenho compromissos e preciso fazer uma reestruturação financeira. O torcedor tem todo direito de nunca mais querer ouvir a palavra reestruturação, porque ela já foi dita milhões de vezes e nunca foi feito nada. A medida cautelar que demos entrada é o início desse processo para que o Vasco seja autossuficiente. Isso não tem nada a ver com não querer vender a SAF. Eu preciso fazer com que o clube consiga pagar os salários, e depois da medida vamos ver o próximo passo
Existem alguns investidores, mas eu tenho que ter muito cuidado quando eu falo alguns investidores, porque as pessoas acham que já são negociações avançadas, que está perto de fechar. Existem alguns. E aí existe o NDA assinado, que é uma confidencialidade desse início de conversa. Não vou chamar nem de negociação. Isso é comum no mercado e, através desse NDA, eu não posso falar quem são os investidores.
Tem conversas de mais de um mês, que são conversas iniciais. É muito mais para você passar o conhecimento do que está acontecendo, são encontros para mostrar a realidade. E se isso avançar, a pessoa vai para o segundo passo e começa a construir. Já teve um investidores que estavam muito dentro e não estão mais, entendeu? Porque não estão mais, e não por qualquer empecilho da gestão.”
Papel da associação em uma futura SAF
“A associação não vai gerir o futebol se virar SAF. Isso é uma narrativa que precisamos entender que existem situações, que vocês já têm conhecimento, da história do clube. Por que eu falou da intenção de vender? Porque posso não encontrar um investidor. E pode não aparecer um investidor. Aí serei cobrado. Eu quero vender. Vou conseguir? Isso é: terá um investidor?
Estamos no mercado, atendemos todo mundo, algumas coisas são muito superficiais outras chegam até a assinatura de um NDA, onde começam as conversas. Nunca vai ser pedido para que o associativo seja majoritário. Não há esse desejo. E isso é uma maluquice. Ninguém vai botar milhões para outro mandar. A minha intenção é proteger a instituição com cláusulas de proteção, de princípios para o novo investidor.”
Processo de venda e os percentuais de Vasco e 777 Partners
“A gente, obviamente, tem que dar autorização para uma possível venda dos 31% da A-A CAP. Os 39%, estão na arbitragem. Toda a possibilidade de uma venda dos 39%, a arbitragem tem que ter ciência disso. Ou seja, se tiver um acordo desses 39% de venda, ele vai acontecer dentro da arbitragem. Quando você tem a supervisão feita pela arbitragem, isso aumenta a segurança do Vasco, diminui os riscos do Vasco e aumenta a segurança também do investidor. O ambiente é controlado pela justiça. Então, todo o processo legal está supervisionado por uma decisão da arbitragem. Então, ele está blindado pela arbitragem.
O que a gente fez com a liminar foi da segurança jurídica e estando na arbitragem isso aumenta muito mais. O que a gente precisa é de um investidor. Só que não é como as pessoas pensam. A gente está falando de um clube de futebol que está com mais de um bilhão de dívidas, que aumentou a sua dívida mesmo com o aporte de 310 milhões. É isso que as pessoas têm que entender, porque elas acham que é a desculpa na cabeça das pessoas.
Eu gostaria de falar pra vocês que eu tinha milhões de investir, que queria fazer um time super potente, queria estar competitivo, que queria estar brigando por título. Se o investidor chegar, a gente acelera esse processo de reestruturação. Porque vem um aporte, então a gente acelera. Agora, se o investidor não chegar, o clube tem que andar. O que tenho que ter é responsabilidade que nunca tiveram. Não estou pedindo paciência para o torcedor, não vou pedir, porque eu não tenho. Com paciência ou sem paciência, a gente tem que passar por esse processo.”
Existe proposta pela SAF do Vasco?
“Não existe. Quando falamos que estamos conversando com investidor, as pessoas pensam que já está comprando. Nesse momento, estão tendo conhecimento do que é a situação do clube. Financeiro, dívida, orçamento. Depois de todo esse processo, é feito uma avaliação para saber se valerá o próximo passo.”