O zagueiro Roger Ibañez, ainda na Roma-ITA, teve sua primeira chance na Seleção Brasileira há um ano, em setembro de 2022, na última lista que Tite fez antes da Copa do Mundo do Catar. Foi para amistosos contra Gana e Tunísia, o que abriu esperança de conseguir a quarta vaga para o Mundial, atrás de Thiago Silva, Marquinhos e Eder Militão. O escolhido acabou sendo Bremer, da Juventus-ITA.
A partir daí, Ibañez esteve nas três convocações feitas em 2023. As duas primeiras, para os amistosos de março e junho, foram feitas pelo técnico interino Ramon Menezes. Nesta última, já por Fernando Diniz e para as Eliminatórias. Ibañez foi reserva no 5 a 1 contra a Bolívia, na sexta-feira (8), em Belém, mas entrou no segundo tempo quando Gabriel Magalhães saiu machucado.
Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o agora jogador do Al-Ahli, da Arábia Saudita, projetou o que espera do futuro pela Seleção.
“Procuro fazer bem o meu trabalho no clube e, com isso, as convocações serão consequência. Ser chamado em sequência é sinal de que o trabalho está sendo bem feito e espero continuar assim, ainda mais com tantos jogadores de nível na nossa posição atuando em vários países”, disse Ibañez.
O zagueiro esteve no Fluminense entre 2017 e 2018, quando trabalhou com Fernando Diniz.
“O Diniz já mostrou a sua capacidade e tem mostrado a cada ano. Ele certamente evoluiu muito nesse período desde quando nos conhecemos, o que é natural na carreira de um treinador. Foi ótimo termos essa definição dele por enquanto, o que dá tranquilidade nesse momento de transição”, disse Ibañez.
Diniz assinou contrato até junho de 2024, quando o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, espera que o treinador Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid, assuma a Seleção. Mas como não há nada assinado entre a confederação e o italiano, a depender do desempenho do Brasil com Diniz, não se pode descartar que ele assuma definitivamente no ano que vem.
A lembrança de Tite em 2022 evitou que Ibañez pudesse defender outra seleção. Os anos na Atalanta e na Roma o fizeram ganhar cidadania local, e a possibilidade de jogar pela Itália. Ainda quando Roberto Mancini era o comandante (hoje ele está na Seleção da Arábia Saudita), o nome de Ibañez surgiu para aparecer em alguma lista do treinador.
“A Seleção Brasileira sempre foi minha prioridade, mas é claro que é preciso ser chamado para poder concretizar (risos). Eu tinha convicção de que poderia acontecer o que, graças a Deus, se tornou realidade. Sim, teve essa situação mesmo da Itália, mas a partir do momento que veio o chamado do Brasil, não tem muito o que pensar, pois é o meu país e estou muito feliz por estar vivendo tudo nisso”, afirmou o zagueiro.
Nunca atletas em atividade por clubes sauditas haviam sido relacionados para defender o Brasil. Neymar ainda nem estreou pelo Al-Hilal, já que estava se recuperando de lesão quando se apresentou, mas Ibañez já entrou em campo cinco vezes pelo Al-Ahli e até fez gol.
“Com certeza outros jogadores serão chamados, até porque muitos já defendiam suas Seleções quando foram para lá. E se tinham essa qualidade para serem chamados, não será essa mudança que fará com que percam o que já fizeram. É uma Liga que já tinha um bom nível e que agora dará um grande salto com tantos atletas sendo contratados e todo investimento para globalizar a competição”, disse Ibañez.