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Diniz ignora Ancelotti e diz que terá autonomia para montar sua Seleção

Treinador do Fluminense foi apresentado pela CBF com contrato até junho de 2024, quando entidade espera que italiano assuma

Fernando Diniz em sua primeira entrevista coletiva como técnico da Seleção Brasileira

Apresentado como técnico da Seleção Brasileira até junho de 2024, Fernando Diniz evitou falar sobre o italiano Carlo Ancelotti, que, segundo a CBF, tem acordo para assumir o time em meados do ano que vem, quando acabará seu contrato com o Real Madrid, da Espanha.

“Não estou aqui para falar depois de mim, do planejamento da CBF. Isso vocês [jornalistas] vão ter que apurar, se esse é o nome que vai vir. Quero fazer o melhor nesse período que vou ficar, nesses jogos que estarei à frente da Seleção”, disse Diniz no auditório da sede da confederação brasileira, no Rio. Ele conciliará o trabalho com seu cargo no Fluminense, clube com o qual tem contrato até o fim de 2024.

Nem Diniz, nem o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, que deu um pronunciamento antes da entrevista coletiva, usaram a palavra interino para se referir a Diniz.

A ideia é que ele fique até junho de 2024, mas que Ancelotti já comande o time na Copa América dos EUA, que será disputada de 20 de junho a 14 de julho. Foi oferecido a Diniz permanecer na comissão técnica, com o italiano, mas o brasileiro não quer planejar o futuro agora. Ele pode coordenar também o projeto olímpico para Paris-2024.

O treinador falou que não conhece Ancelotti pessoalmente, e nem conversou com ele. Que vai ter total liberdade para convocar e escalar a Seleção como quiser, sem consultar ninguém. E que manterá seu estilo de jogo, independentemente de ser ou não parecido com o de Ancelotti ou outro treinador.

“Não quero entrar nessa questão do Ancelotti. Vou reproduzir no time o que me trouxe até aqui, com total liberdade. Eu não aceitaria se não tivesse autonomia, e isso foi garantido pelo presidente Ednaldo. Vou ter uma fartura maior de jogadores, a melhor matéria-prima do mundo, e vou desenvolver esse trabalho nos 12 meses que ficarei aqui”, disse Diniz.

A Itatiaia apurou que na CBF há a sensação de que o treinador possa deixar o clube carioca até antes do fim de 2023 - vai depender principalmente do futuro do Flu na Copa Libertadores, torneio no qual está na oitavas de final.

Com Diniz farão parte da comissão técnica da Seleção o preparador físico Marcos Seixas e o auxiliar Wagner Bertelli. O auxiliar Eduardo Barros, cotado para também conciliar os trabalhos, pode ser o profissional que vai substituir Diniz no Fluminense quando ele estiver a serviço da CBF. A tendência é que Diniz convoque profissionais de outros clubes para fazer parte de sua comissão a cada Data-Fifa que for trabalhar.

O treinador comandará o Brasil em seis jogos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 (que será nos EUA, México e Canadá), entre setembro e novembro de 2023. E dois amistosos, em março de 2024, um confirmado contra a Espanha e outro que pode ser frente à Alemanha.

VEJA OS JOGOS QUE A SELEÇÃO FARÁ COM DINIZ ATÉ ANCELOTTI CHEGAR:

  • Setembro de 2023 - Bolívia (casa) e Peru (fora) - Eliminatórias Copa 2026

  • Outubro de 2023 - Venezuela (casa) e Uruguai (fora) - Eliminatórias Copa 2026

  • Novembro de 2023 - Colômbia (fora) e Argentina (casa) - Eliminatórias Copa 2026

  • Março de 2024 - Espanha (Madri) e provavelmente Alemanha - amistosos

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.