Ouvindo...

CBF perguntará a jogadores da Seleção se topam esperar um ano por Ancelotti

Ganha força na confederação interino ficar até junho de 2024, quando italiano assumiria; Jorge Jesus também está na pauta de conversa

Carlo Ancelotti é o treinador que a CBF sonha para a Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2026

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, vai ouvir atletas que são considerados líderes do elenco da Seleção Brasileira sobre o que acham de uma ideia antes rechaçada, mas que começa a ganhar força dentro da confederação brasileira: esperar até junho de 2024 para ter Carlo Ancelotti como treinador da Seleção.

O dirigente também vai querer saber o que grupo acha do que é, hoje, o plano B da CBF para o cargo, o português Jorge Jesus. Sem clube desde a semana passada, quando deixou o Fenerbahce-TUR, Jesus assinaria na hora se convidado a dirigir o Brasil.

Ednaldo vai aproveitar que está com a delegação da Seleção na Europa para os amistosos de sábado (17) contra Guiné, em Barcelona-ESP, e de terça (20) frente a Senegal, em Lisboa-POR, para falar pessoalmente com Casemiro, Danilo, Marquinhos e Alisson, jogadores que são, dos que estão convocados, considerados líderes da atual geração.

Neymar, que por estar machucado não foi chamado, também deve ser consultado já que a CBF conta com ele para esse ciclo até a Copa do Mundo de 2026, na América do Norte (EUA, Canadá e México).

O nome é consenso

Um dos motivos para Rodrigues insistir no nome de Carlo Ancelotti é saber que ele é adorado pelos atletas, e não só por aqueles que trabalharam, ou trabalham, com ele no Real como Casemiro, Militão, Vini Jr. e Rodrygo. Por isso o papo com os atletas será na linha: vale a pena esperar até 2024 para contar com o italiano? E mais: o grupo segura qualquer pressão que isso poderá acarretar?

Essa ideia até dias atrás era rechaçada por Rodrigues. Ele tinha a esperança de que entraria em acordo com Ancelotti para ele assumir agora, mas o italiano avisou, por meio de seu estafe, que a CBF teria que se acertar com o Real Madrid, com quem tem contrato até meados de 2024. Se os espanhóis liberassem já, ele viria ao Brasil lisonjeado.

O problema é que a diretoria do Real avalia que Ancelotti é o cara certo para comandar a equipe na próxima temporada em meio a uma razoável renovação de elenco. Alguns jogadores, como Benzema e Asensio saíram, outros já estão chegando (Bellingham), e Ancelotti tem bom perfil para trabalhar em cenários de mudanças. Por isso é improvável que o clube tope ceder Ancelotti já - e a CBF não pretende pagar os 12 milhões de euros (R$ 62 milhões) da multa rescisória.

Pelo menos dois vice-presidentes da CBF defendem que Ednaldo espere por Ancelotti, apesar de o Brasil já ter seis jogos das Eliminatórias da Copa de 2026 entre setembro e novembro de 2023 e uma Copa América, nos EUA, em junho de 2024.

O italiano poderia indicar um auxiliar que trabalharia ao lado de Ramon Menezes, que já atua interinamente na Seleção principal ao mesmo tempo que comanda o time Sub-20 e prepara o projeto olímpico para Paris-2024 - o Pré-Olímpico será em janeiro do ano que vem, na Venezuela.

É nesse cenário que Ednaldo quer ouvir de seus jogadores se vale esperar por Ancelotti (desde que, claro ele confirme que virá) ou contratar um outro técnico, que hoje tem Jorge Jesus como o principal nome. Será perguntado se o português seria uma boa contratação e se teria o apoio do grupo.

Sobre técnicos de clubes brasileiros, Ednaldo tem dito reservadamente que não gostaria de tirar um profissional de um ente filiado no meio da temporada. Portanto, de imediato essa hipótese está descartada.

VEJA OS JOGOS QUE A SELEÇÃO FARIA ESPERANDO ANCELOTTI

  • Setembro de 2023 - Bolívia (casa) e Peru (fora) - Eliminatórias Copa 2026

  • Outubro de 2023 - Venezuela (casa) e Uruguai (fora) - Eliminatórias Copa 2026

  • Novembro de 2023 - Colômbia (fora) e Argentina (casa) - Eliminatórias Copa 2026

  • Março de 2024 - Espanha (Madri) e provavelmente Alemanha - amistosos

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.