O São Paulo se prepara para encarar o Palmeiras, nesta quarta-feira (5), às 19h30 (de Brasília), pelas quartas de final da Copa do Brasil, mas os bastidores da partida já começaram. O Verdão reclamou em nota oficial sobre a arbitragem do torneio, também em clássico Choque-Rei em 2022, mas Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo, disse que o clube não vai se manifestar, afirmando “confiar no sistema”.
“Todos os clubes têm o direito de fazerem suas ponderações. Temos uma partida importantíssima pela frente e não podemos criar ou aceitar qualquer tipo de tumulto nesse momento. O São Paulo, como sempre, vai estar atento a tudo que acontece nesse sentido. Vamos medir de muito perto todos os movimentos. Concordo com o que ele disse em ao menos um ponto: que ganhe o melhor. Erros de arbitragem acontecem muitas vezes, são comuns no futebol, não só no brasileiro”, disse o dirigente em entrevista ao canal Camisa 21, no Youtube.
O dirigente aborda um dos questionamentos feitos pela nota oficial do Palmeiras - entenda o caso por completo abaixo - que relembra a linha não traçada pelo VAR na origem da jogada que gerou o gol do São Paulo. Na ocasião, Calleri estava impedido e o erro beneficiou o São Paulo.
“Nós mesmos contra o Palmeiras tivemos um gol contra do Gustavo Gómez anulado aos 44 do segundo tempo. E agora contra o Cruzeiro deu a mesma situação e não foi dado (o gol). Faz parte do futebol. Há muitos acertos também, não é fácil apitar o futebol brasileiro. Cabe a nós ter muita calma e vamos ficar atentos. Essas situações nunca são boas, ainda mais perto de momentos decisivos”
O posicionamento do Palmeiras gerou repercussão dentro da torcida do São Paulo, que alegou “pressão” exercida na arbitragem e pediu, nas redes sociais, para que o Tricolor se manifestasse.
“Não vai ter posicionamento nenhum, mas óbvio que estamos atentos. A gente acha que é ruim, na véspera de um jogo decisivo, qualquer manifestação assim. Mas, no São Paulo, a gente acredita sempre no sistema, senão não compensa disputar os campeonatos. Erros acontecem sempre e contra todos os times, faz parte do futebol, mas temos que acreditar que são erros. Estamos muito tranquilos, vamos fazer o nosso trabalho. Temos o confronto contra talvez aquele que joga o melhor futebol do país e vamos para campo acreditando na nossa força, no nosso trabalho. E desejando para que a arbitragem seja a mais correta possível. Que ganhe o melhor dentro, e não fora de campo”, seguiu o dirigente.
A partida entre Palmeiras e São Paulo está marcada para esta quarta-feira (5), às 19h30 (de Brasília). Braulio da Silva Machado, de Santa Catarina, comandará a arbitragem no primeiro clássico, enquanto Daiane Muniz, de São Paulo, estará encarregada pelo VAR.
“A gente sabe do trabalho feito pela Comissão de Arbitragem, que não é fácil. São muitos os árbitros qualificados. Esperamos que o Bráulio tenha um trabalho muito bom e que efetivamente o jogo seja decidido em quem jogar melhor na quarta-feira. Palmeiras é um time fortíssimo, então um clássico assim é bom para o futebol brasileiro e paulista”, finalizou.
Entenda o caso João Martins e Palmeiras x CBF
O Palmeiras rebateu nota oficial da CBF nesta segunda-feira (3), com nota que faz questionamentos à entidade, e defende o auxiliar de Abel Ferreira no Palmeiras, João Martins, que detonou a arbitragem no empate por 2 a 2 contra o Athletico, na tarde do último domingo (2) na Ligga Arena, em Curitiba. Na ocasião, João citou que o ‘sistema’ não quer que o Verdão conquiste o Brasileirão.
“Pela saúde mental da comissão técnica, ainda bem que sou eu hoje aqui. Nós entendemos que o futebol brasileiro passa uma imagem do futebol mais competitivo do mundo porque ganham vários. Mas ganham vários porque muitas vezes não deixam os melhores ganhar. Mais uma vez o que aconteceu hoje. Entendemos que é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos”, disse Martins no último domingo após empate com o Athletico.
Através de nota oficial, a CBF, nesta segunda-feira (3), afirmou que “o ato lamentável foi muito além das reclamações semanais da arbitragem” e acusou João Martins de xenofobia, alegando que ele diminuiu a relevância e importância do torneio nacional no continente europeu.