O Palmeiras acionou judicialmente a Real Arenas, braço da WTorre e empresa responsável pela operação do Allianz Parque, por uma dívida de R$ 127 milhões. Desde 2015, a administradora do estádio do clube não repassa percentuais das receitas do empreendimento, algo previsto em contrato.
Em entrevista ao programa CNN Esportes S/A, neste domingo, Leila Pereira explicou que a Real Arenas só fez os repasses ao clube nos primeiros sete meses de contrato. Desde 2015, a parceira está inadimplente com o clube.
“O Palmeiras deveria ter um percentual das receitas que a Real Arenas recebe do aluguel do estádio, com naming rights, com a venda de camarotes, com aluguel de restaurantes, todas as receitas que eles recebem com a operação. O Palmeiras, por escritura pública, o contrato que foi feito quando efetivou a parceria, quando cedemos o espaço para construir o estádio, eles deveriam pagar a gente. E eles não pagam. Até a presente data, eles pagaram só sete meses, não pagaram mais absolutamente nada. Hoje, estamos executando esse valor que eles precisam pagar”, explicou Leila Pereira.
No momento, há duas ações diferentes do Palmeiras contra a Real Arenas. “Uma parte está na Câmara de Arbitragem, que tem cláusula de confidencialidade, a gente não pode comentar, mas a outra parte, que é uma dívida incontroversa, que a própria Real Arenas confessa esse valor, isso está sendo executado na Justiça Comum. Mas, como tudo no Brasil, a Justiça é extremamente morosa. As pessoas que não querem pagar se aproveitam dessa morosidade para protelar cada vez mais”, acrescentou a mandatária do clube.
Durante a entrevista concedida ao jornalista João Vitor Xavier, Leila fez questão de alertar ao torcedor palmeirense que o clube está sendo lesado pela operadora.
“Mas vou fazer o melhor o que é melhor para o Palmeiras, essa dívida está sendo cobrada, a Real Arenas precisa acertar esse valor com o Palmeiras. O torcedor precisa saber que com essa operação da Real Arenas o Palmeiras não recebe absolutamente nada. Manter um clube de futebol é extremamente caro. Com a nossa casa não recebemos absolutamente nada”, emendou.
“Não é bronca. A minha gestão é muito transparente, o torcedor tem que saber o que acontece, porque o Palmeiras não me pertence. As pessoas acham que o Palmeiras ganha milhões com essa parceria. E não ganha. Deveria ganhar um percentual sim das receitas da Real Arenas e desde 2015 eles pagaram apenas sete meses. O Palmeiras tem uma execução de quase R$ 130 milhões. Não é que o Palmeiras está em litígio com a W Torres. Não, absolutamente não. O Palmeiras só quer receber o que foi prometido”, ponderou.
Importância do Allianz Parque para o Palmeiras
A despeito do impasse com sua “parceria comercial”, Leila Pereira entende que a construção do Allianz Parque no local do antigo Parque Antártica, em São Paulo, foi importante para oferecer melhores condições a sócios e torcedores.
“Não tenho dúvida que a Arena foi muito importante para o Palmeiras. O Allianz Parque é extremamente confortável. É uma arena moderna, o nosso torcedor tem que ter muito orgulho da nossa casa. Acho que mudou a história do Palmeiras. Por esse lado, pelo conforto do nosso torcedor, pelo nosso time ter uma casa muito moderna, o Palmeiras é imbatível, nós somos muito forte lá. Mas temos problemas de cumprimento do que foi contratado, com a Real Arenas, a empresa da WTorre que administra o Allianz Arena”, concluiu Leila Pereira ao CNN Esportes S/A.
O programa CNN Esportes S/A
Aos domingos, às 20h45, o CNN Esportes S/A vai falar sobre um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o futebol.
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