O Internacional decidiu não assinar o acordo fechado nesta sexta-feira (30), em São Paulo, entre Liga Forte Futebol (LFF) e os investidores Life Capital Partners e Serengeti Asset Management. Na negociação, os investidores aportarão R$ 2,3 bilhões nos clubes da LFF.
Um dos fundados da LFF, o Internacional seria o maior beneficiado pelo acordo ao receber R$ 218 milhões de antecipação. Os investidores farão o pagamento aos integrantes do bloco em três parcelas: 50% do montante em 2023, 25% em 2024 e 23% em 2025.
O presidente Alessandro Barcellos defende a Liga Forte do Futebol. Por outro lado, o Conselho Deliberativo quer também ouvir a proposta da Libra. Na próxima quinta-feira (6), a Libra apresentará uma proposta formal ao clube.
O Inter já tem um pré-acordo com a Liga Forte. Porém, a decisão oficial do Colorado sobre qual proposta integrar só será decidida após a votação no Conselho Deliberativo sobre as duas opções: Libra e LFF. Os votos devem ser feitos no próximo dia 10.
Enquanto Barcellos defende a LFF, que beneficiará o Colorado no pagamento, parte do Conselho entende que, futuramente, a Libra será mais rentável no Brasil por ter em bloco de negociações clubes como Palmeiras, Flamengo e Corinthians.
“O Internacional participou da criação da LFF e da construção dos modelos de divisão mais equilibrados, que garantem mais receita e aumentam a competitividade do clube no futebol brasileiro. Seguindo os ritos internos levaremos o Acordo de Investimento para apreciação do Conselho Deliberativo do clube. O fortalecimento da LFF com certeza é o caminho para continuarmos pensando em uma liga única do futebol brasileiro”, comenta Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.
Liga Forte Futebol do Brasil
A LFF atualmente é formada por 26 clubes: ABC, Athletico-PR, Atlético, América, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
Esse bloco propõe que a diferença máxima entre o clube que mais recebe e o que menos recebe seja de 3,5x desde o princípio, sem um período de transição. No modelo final, essa diferença seria de 1,4x. Os blocos de repasse seriam os mesmos da Libra:
45% da arrecadação dividia igualmente;
30% conforme a performance da equipe;
25% baseado em audiência.
Na simulação de divisões da LFF, o Flamengo (1º faturamento) faturaria R$ 225,46 milhões, enquanto o América (20º faturamento) receberia R$ 116,03 milhões – considerando os times da Série A – o que corresponde a 1,4x menos.
A longo prazo, a ideia da LFF é se aproximar de ligas já estabelecidas e mais igualitárias, sempre citando a Premier League. Isso porque o futebol inglês, desde a unificação em uma liga no começo dos anos 1990, trabalha com menor distanciamento entre as arrecadações – a proporção atual está em 1,5x.
Como é a divisão de times por blocos
Libra: Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.
LFF: ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
Independentes: Botafogo, Cruzeiro e Vasco.