Cássio, goleiro do
A filha de Cássio é diagnosticada com TEA (transtorno do espectro autista). O goleiro relatou as dificuldades para encontrar um local que aceitasse a garota.
“Hoje, como tantos outros pais de crianças autistas não verbais, venho compartilhar algo muito doloroso. Tenho tentado matricular minha filha em diferentes escolas, mas a resposta quase sempre é a mesma: ela não é aceita”, escreveu.
“Tudo isso porque a Maria tem uma pessoa especializada que a acompanha desde os seus 2 anos de idade. Essa profissional veio com a gente de São Paulo, conhece a Maria profundamente, tem a confiança dela e poderia ajudá-la dentro de sala sem atrapalhar em nada o andamento das atividades. Mesmo assim, as escolas não aceitam essa ajuda”, continuou.
A filha do goleiro é acompanhada por uma profissional desde os dois anos de idade. Quando Cássio foi contratado pelo Cruzeiro, a profissional se mudou junto para Belo Horizonte.
Cássio criticou locais que adotam o discurso de inclusão. Segundo o jogador, a prática é diferente.
“Se não fosse por uma única escola ter aceitado a minha filha, a Maria simplesmente não teria como estudar em Belo Horizonte. O mais triste é ouvir isso justamente de escolas que se apresentam como ‘inclusivas’, que dizem aceitar todos os tipos de crianças. A realidade, no entanto, é bem diferente”, relatou.
“Como pai, ver sua filha rejeitada simplesmente por ser autista é algo que corta o coração. Inclusão não é só palavra bonita em propaganda, é atitude. E ainda estamos muito longe de viver isso de verdade”, finalizou.
Luvas especiais
Cassio usa, com frequência, luvas com o símbolo de um quebra-cabeça, que é o principal símbolo do autismo. As diversas cores e em vários formatos geométricos representam as características e as habilidades das pessoas com autismo. Quando foi apresentado no Cruzeiro, o goleiro posou para fotos com a torcida “Autistas Cruzeirenses”.
Em setembro de 2022, Cássio revelou que sua filha tem autismo e se emocionou ao falar sobre o tema após ter se reunido com a torcida “Autistas Alvinegros”, do Corinthians.
“Conheci o pessoal, eles estiveram no CT, vi que são pessoas sérias. Nem todos sabem, mas eu tenho uma filha autista, a Maria Luiza, minha filha de quatro anos tem autismo. Eu comecei a pesquisar e ler mais sobre o assunto, sigo páginas de autismo. Como pai, quanto mais eu puder saber sobre autismo, até para dar suporte para minha esposa e para minha filha evoluir, eu vou fazer. O pessoal dos autistas alvinegros é super bacana, você entra no Instagram deles e vê casos de crianças que têm autismo, o que fazer, como agir. Eles têm trazido crianças autistas”, disse à época.
Leia publicação na íntegra
Hoje, como tantos outros pais de crianças autistas não verbais, venho compartilhar algo muito doloroso. Tenho tentado matricular minha filha em diferentes escolas, mas a resposta quase sempre é a mesma: ela não é aceita.
Tudo isso porque a Maria tem uma pessoa especializada que a acompanha desde os seus 2 anos de idade. Essa profissional veio com a gente de São Paulo, conhece a Maria profundamente, tem a confiança dela e poderia ajudá-la dentro de sala sem atrapalhar em nada o andamento das atividades. Mesmo assim, as escolas não aceitam essa ajuda.
Muitas vezes somos chamados para conversar, eu e minha esposa vamos até a escola, explicamos tudo, mostramos disposição em colaborar. No final, a resposta é sempre negativa.
Se não fosse por uma única escola ter aceitado a minha filha, a Maria simplesmente não teria como estudar em Belo Horizonte.
O mais triste é ouvir isso justamente de escolas que se apresentam como ‘inclusivas’, que dizem aceitar todos os tipos de crianças. A realidade, no entanto, é bem diferente.
Como pai, ver sua filha rejeitada simplesmente por ser autista é algo que corta o coração. Inclusão não é só palavra bonita em propaganda, é atitude. E ainda estamos muito longe de viver isso de verdade.