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Vítima de injúria racial leva punição maior que agressor em jogo da Taça FPF

Paulo Vitor, do Nacional-PR, foi chamado de ‘macaco’ por Diego, do Batel, no início de outubro

Momento em que Paulo Vitor parte para cima de Diego, após a injúria racial

A 2ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) puniu, nessa quarta-feira (22), o zagueiro Paulo Vitor, do Nacional-PR, e o volante Diego, do Batel-PR. O primeiro foi chamado de ‘macaco’ pelo segundo, e proferiu um soco no adversário após sofrer ato de injúria racial em partida válida pela Taça FPF, em 4 de outubro.

A decisão do órgão repercute de forma negativa por conta das punições concedidas. Paulo Vitor, que sofreu o preconceito, pegou 10 partidas de suspensão. Diego levou 7 duelos de gancho.

O então atleta do Batel teve seu contrato rescindido após cometer a injúria racial contra o colega de profissão.

Durante o julgamento, Diego alegou ter chamado Paulo Vitor de ‘malaco’ — uma gíria —, e não de ‘macaco’. Além dos sete partidas de suspensão, o jogador foi multado por injúria racial no valor de R$ 2 mil.

O Nacional-PR vai recorrer à decisão do TJD-PR. O Batel foi inocentado após repudiar publicamente a atitude do seu antigo jogador.

Nas redes sociais, Paulo Vitor lamentou a decisão do Tribunal em puni-lo por mais jogos em relação a Diego.

“Meu sentimento já era de impotência, agora ainda mais. Não me senti amparado e queria entender realmente essa sentença de pegar mais jogos do que quem cometeu o crime”, afirmou.

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Nikolas Mondadori é formado em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduando em análise do discurso midiático. Trabalha como correspondente do Itatiaia Esporte do Sul do Brasil. Passou por Rádio Gaúcha, jornal Zero Hora e portal GZH.