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Presidente do Vitória expõe impacto milionário da ação do Flamengo contra a Libra

Leão da Barra mudou para a Liga Forte União dias antes da decisão judicial favorável ao clube carioca

Fábio Mota, presidente do Vitória, durante pronunciamento

O presidente do Vitória, Fábio Mota, fez um pronunciamento na tarde desta sexta-feira (26) para esclarecer os desdobramentos da ação judicial movida pelo Flamengo contra a Libra, entidade que organiza os direitos de transmissão dos clubes.

O dirigente explicou que a liminar obtida pelo clube carioca na Justiça do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (24), bloqueou um montante de R$ 77,1 milhões do segundo repasse da Rede Globo referente ao Campeonato Brasileiro.

O primeiro pagamento, realizado em 25 de julho, havia sido de R$ 76,6 milhões. Ainda restam mais duas parcelas para este ano, em novembro e no fim da competição. O contrato dos clubes com a Libra tem validade até 2029.

O embate jurídico envolve os critérios de divisão das verbas. Segundo Mota, a decisão impacta diretamente todos os clubes filiados.

“Tem repercussão para todo mundo, não só para o Vitória, mas para todos os clubes da Libra. É um bloqueio de R$ 258 milhões. Até se resolver, a Globo não está repassando dinheiro para os clubes, a Globo vai depositar judicialmente e discutir”, afirmou.

Pelo contrato atual, 40% do valor é repartido de forma igualitária entre os clubes da Série A, 30% de acordo com os resultados esportivos e os outros 30% conforme a audiência das transmissões. O Flamengo, no entanto, defende que esse último percentual seja calculado com base nos cadastros de pay-per-view.

“O Flamengo quer mudar o critério de distribuição. Hoje, 40% do dinheiro é dividido para todos os clubes de forma igualitária. 30% é por audiência e 30% por performance no campeonato. O Flamengo está conseguindo que os outros 60% levem em consideração o pay-per-view”, destacou Mota.

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De acordo com o presidente do Vitória, a mudança traria prejuízo direto às contas do clube baiano e respalda a decisão da diretoria do Leão da Barra em deixar à Libra e migrar para a Liga Forte União, a partir de 2029.

“Se isso prosperar, o Vitória perde R$ 8 milhões por ano nessa mudança de critério. Então nós estávamos certos quando saímos da Libra, a partir de 2029, e fomos para a LFU. Fizemos na hora certa, antes de estourar esse bloqueio judicial”, reforçou.

O rompimento com a Libra já havia sido anunciado pelo Vitória no início de setembro, quando o clube oficializou sua adesão futura à Liga Forte União (LFU). Outros clubes também fizeram o mesmo movimento.

Na prática, a diretoria do Vitória estima um salto nos valores a partir de 2029: de R$ 123 milhões anuais previstos na Libra para R$ 166 milhões na LFU. Na época, Fábio Mota reforçou que a medida foi voltada para a antecipação de recursos que ajudem no pagamento de dívidas.

“A LFU cresceu e, além do contato com a Globo, também fez com a Record, Prime Video, Cazé TV, etc. A partir de 2029 teremos um aumento dos pagamentos da Libra de 35%. Na Libra ganharíamos 123 milhões por ano e na LFU será 166 milhões”, destacou o dirigente.

Lincoln Oriaj é correspondente da Itatiaia em Salvador e cobre o futebol do Nordeste. Além de contar histórias sobre o esporte na Bahia, possui experiência com cobertura de grandes festas como Carnaval e São João. Antes da Itatiaia, fez a ASCOM do Botafogo/BA e colaborou em TVE, ge.globo e Jornal A TARDE.
Jornalista formado pelo Centro Universitário UNA. Acumula passagens pela Web Rádio Neves FM e Portal Esporte News Mundo, como setorista do América, além de possuir experiência em coberturas in-loco e podcast. Apaixonado por automobilismo e esportes americanos.