Quando Jorge Sampaoli assumiu o Flamengo, em 17 de abril, dois jogadores ganharam uma sobrevida: Arturo Vidal e Vidal, velhos conhecidos e nomes de confiança do treinador. A expectativa se confirmou, e a dupla teve sequência no início do trabalho, mas, de soluções, os dois passaram a ser problemas, e hoje vivem um clima não tão agradável na reta final de contrato com o Rubro-Negro.
A situação que causa mais desconforto no Ninho do Urubu é a de Marinho. O atacante recusou-se a viajar para um jogo no Chile, entrou em atrito com a comissão técnica e foi afastado pela diretoria. Após duas semanas, foi reintegrado ao grupo nesta quarta (14), após o corpo jurídico do atleta entrar em ação. O clube tentou negociá-lo (e segue disposto a isso), mas a ida para o São Paulo não avançou.
Já Vidal, que também já foi multado pela direção por um ato de indisciplina sob o comando de Vítor Pereira, ao mostrar insatisfação no banco de reservas, antecipou-se ao clube e anunciou que deixará o Flamengo ao término do contrato, em dezembro, por não concordar com os poucos minutos que tem recebido de Sampaoli. As declarações foram dadas ao se apresentar ao Chile, nesta semana.
O “climão” causado por Marinho foi muito maior, com o dia a dia no Ninho do Urubu impactado nas relações do jogador com a comissão técnica. Não é assim com Vidal, até porque o meia ainda não esteve no CT desde então, mas, agora, o departamento de futebol terá que lidar com o jogador que já anunciou o “fim do seu ciclo” no clube, mesmo que a direção não o tenha procurado para isso.
Do time titular ao banco
Sampaoli assumiu um Flamengo em baixa, sem confiança, e, sem tempo para treinar, apostou nos atletas mais experientes e naqueles que já conheciam seu trabalho. Eram os casos de Vidal e Marinho.
Nos cinco primeiros jogos, o volante chileno foi titular em quatro e saiu do banco uma vez. Por sua vez, o camisa 31 começou a partida contra o Ñublense, e foi utilizado contra Internacional, Maringá e Botafogo. A única exceção neste período foi no quinto jogo, contra o Racing, quando não foi acionado.
A insistência inicial de Sampaoli nos dois atletas logo gerou questionamentos, pois os desempenhos não justificavam os minutos dados aos jogadores. E o técnico, em campo, mostrou ver o mesmo. Nos últimos cinco jogos (Grêmio, Racing, Vasco, Fluminense e Cruzeiro), Vidal tem sete minutos em campo.
Marinho, antes de ser afastado, jogou pela última vez, por 14 minutos, contra o Athletico, em 5 de maio.
Dos 24 jogadores utilizados por Jorge Sampaoli nas 16 partidas que esteve a frente do Flamengo, Arturo Vidal e Marinho figuram como os 16º e 20º colocados em minutos em campo, respectivamente.
Com o segundo semestre todo pela frente, a tendência é de que as chances sigam raras para a dupla.
