Líder do
Ex-médica da Seleção Brasileira de futebol feminino, Flávia Magalhães analisou o atual cenário de expansão do futebol feminino no Brasil. Ela usou o exemplo de Byanca Brasil para afirmar a necessidade de evolução nas categorias de base da categoria para minimizar impactos de lesões na modalidade.
“Lesões como entorse de tornozelo, síndrome patelofemoral e até rupturas de ligamento cruzado anterior ocorrem com mais frequência em mulheres por uma série de fatores anatômicos, hormonais e biomecânicos”, explica Flávia Magalhães.
Para Magalhães, esse tipo de entorse em atletas é comum, mas o problema exige um protocolo de reabilitação criterioso e individualizado, sobretudo em atletas de alto rendimento. A médica destaca ainda que o ângulo do quadril, a menor rigidez ligamentar e o padrão de aterrissagem são fatores que aumentam a predisposição.
“Além disso, as variações hormonais, especialmente os picos de estrogênio, interferem diretamente na estabilidade articular”, completa, Flávia Magalhães.
Investimento na base
Para a especialista, o cenário ainda é agravado pela falta de investimento em categorias de base femininas, com menos acesso a treinamentos específicos, programas de prevenção e infraestrutura adequada.
“A discrepância entre as estruturas disponíveis para os departamentos médicos e físicos de clubes masculinos e femininos é um obstáculo à plena recuperação e ao desempenho sustentável das atletas”, afirma.
Ela reforça que a lesão de uma atleta de elite como Byanca precisa servir de alerta para o futebol como um todo.
“Precisamos enxergar a reabilitação e a prevenção não como custos, mas como investimentos. E, sobretudo, entender que as mulheres não podem mais ser tratadas como variações e menos relevância do modelo masculino no esporte”, finaliza.
Base feminina no Cruzeiro
A diretoria da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro trabalha para implementar trabalhos de categorias de base no departamento feminino.
Desde o começo do ano, a diretora do setor, Bárbara Fonseca, trabalha nos bastidores para que essa ideia saia do papel e tome forma.
O Cruzeiro tem aumentado o investimento no departamento e viveu transformação importante com a saída da diretora de futebol Kin Saito e a efetivação de Bárbara Fonseca. Depois da troca, o desempenho da equipe evoluiu, tanto no ponto de vista financeiro quanto no desportivo.
Em 2024, o Cruzeiro investiu R$ 8 milhões no departamento de futebol feminino. Número que aumentou em 2025, com projeção de investimento na casa dos R$ 15 milhões, número quase próximo do dobro do investimento da última temporada.
A perspectiva de aportes no futebol feminino seria de algo na casa dos R$ 11 milhões em 2025. Números que foram atualizados com o passar dos meses.
Investimento no departamento médico
O Cruzeiro investe na modernização da Toca da Raposa II. A nova administração do clube, encabeçada pelo empresário Pedro Lourenço, aportou cerca de R$ 10 milhões para a construção de novo espaço para o departamento de saúde e performance. As instalações, segundo o vice-presidente de futebol da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) cruzeirense, estão entre as mais modernas da América Latina.
Vários equipamentos de academia de última geração foram adquiridos, como bicicletas ergométricas, esteiras, máquinas de medição de força e aparelhos médicos para cuidados com os jogadores.
Até o piso da sala da fisioterapia foi importado da Europa. O material veio da Holanda e ajuda na absorção de impacto durante os exercícios dos atletas. Ainda segundo apurou a Itatiaia, novos equipamentos chegarão da Alemanha.
Quadro clínico de Byanca Brasil
A reportagem procurou o Cruzeiro para atualizar o quadro clínico da atacante Byanca Brasil. O clube informou, por meio da assessoria, que a atleta segue sob cuidados do Departamento de Saúde e Performance.
Ainda de acordo com a Raposa, as atualizações serão feitas pelos canais oficiais celestes assim que possível, a depender da evolução da atleta.