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Cruzeiro tentou contratar Taffarel em ano da Tríplice Coroa, revela ex-atacante

Segundo Deivid, ex-atacante do Cruzeiro, o técnico Vanderlei Luxemburgo quis contratar o tetracampeão do mundo

Contratar Taffarel era um desejo do técnico Vanderlei Luxemburgo no Cruzeiro

O Cruzeiro comemora 20 anos da conquista da Tríplice Coroa nesta quinta-feira (30). No ano em que conquistou Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, o clube celeste tentou a contratação de um goleiro tetracampeão do mundo com a Seleção Brasileira.

Segundo o ex-atacante Deivid, um dos destaques do Cruzeiro em 2003, o técnico Vanderlei Luxemburgo desejou ter Taffarel no time celeste.

“Nós empatamos contra o São Caetano. Lembro que o Gomes tinha falhado no gol, e aí o Vanderlei queria trazer o Taffarel, mas não deu certo”, revelou Deivid, em entrevista exclusiva à Itatiaia.

Na primeira partida do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro abriu 2 a 0 em cima do São Caetano, no Mineirão. No entanto, o goleiro Gomes falhou no primeiro gol do Azulão, ao “bater roupa” em falta forte cobrada por Adhemar. A bola sobrou limpa para Capixaba, que só empurrou a bola para dentro.

No segundo tempo, o São Caetano ainda empatou, também com Capixaba, após cabeçada “no susto”, em chute forte de Paulinho.

“O grupo bancou o Gomes, falou que acreditava nele. E ele virou esse goleiro todo, com mérito dele. Empatamos com o São Caetano, mas depois foi só vitória. O time pegou uma confiança”, relembrou Deivid.

Emerson Romano, atualmente comentarista, mas repórter da Itatiaia em 2003, lembra sobre o momento instável de Gomes no ano da Tríplice Coroa.

“Ele estava tento altos e baixos, sofreu muito. O Gomes precisou provar para o torcedor e para o Vanderlei Luxemburgo que tinha condição de ser titular. Existia, até então, o preconceito com goleiro formado nas categorias de base, a velha história do ‘santo de casa não faz milagre’. Aí, ele deu a volta por cima, conseguiu melhorar, evoluir, o time encaixou”, relembrou Romano, que iniciou sua trajetória na Itatiaia em 2002.

Aposentadoria de Taffarel

Taffarel anunciou sua aposentadoria do futebol em setembro de 2003. Titular da Seleção Brasileira em três Copas do Mundo (1990, 1994 e 1998), o tetracampeão mundial parou de jogar aos 37 anos. O goleiro estava no Parma, da Itália, quando pendurou as chuteiras.

Experiente, Taffarel jogou pelo Internacional, clube que o revelou, Parma-ITA, Reggiana-ITA, Atlético e Galatasaray, da Turquia.

Antes da aposentadoria, Taffarel estava na mira do Empoli-ITA, o último colocado do Campeonato Italiano, em 2003. Mesmo com proposta em mãos, o camisa 1 preferiu aposentar.

Gomes relembra início difícil no Cruzeiro

Goleiro titular e campeão da Tríplice Coroa, Gomes precisou da paciência e confiança de Vanderlei Luxemburgo para se firmar como dono da posição no gol celeste.

“A responsabilidade era muito grande. Eu nunca tinha jogado pela equipe principal. Joguei poucos jogos em 2002, e devo muito ao Vanderlei Luxemburgo por ter segurado às pontas. Com certeza, a cobrança era muito grande em cima dele. Por que, um goleiro jovem, sem experiência, e o clube montando uma equipe para ganhar muitas coisas em 2003, como foi. Uma responsa muito grande para ele também”, contou em entrevista exclusiva à Itatiaia.

O ex-goleiro relembrou momentos em que precisou lidar com as críticas.

“2003 foi um ano em que jogamos muitos jogos. Eu tive que lidar com algumas situações de falhas. Isso te cansa, até pela minha idade, a não maturidade para lidar com essas coisas. Eu acabei cansando mentalmente. Eu saia, às vezes que não podia atender todo mundo, preferia não sair e ficar em casa. Até porque, eu sempre gostei de atender o torcedor”, relembrou.

Pelo Cruzeiro, Gomes fez 110 jogos, com 76 vitórias, 19 empates e 15 derrotas. O goleiro venceu o Supercampeonato Mineiro (2002), o Campeonato Mineiro (2003 e 2004), a Copa do Brasil e o Brasileiro (2003).

“Eu era o terceiro goleiro quando ele chegou. E ele disse: ‘esse é o goleiro titular do Cruzeiro’. Mesmo eu não jogando, na época o Jefferson estava jogando. Quando surgiu a oportunidade, eu consegui agarrá-la, porque vi que poderia ser a última grande oportunidade que teria no futebol. Foi um momento muito marcante para mim, importante da minha história, e o início de tudo, completou.

Guilherme Piu é jornalista esportivo com experiência multiplataforma: digital, revista, rádio e TV. Tem dois livros publicados e foi premiado em festivais de cinema no Brasil e no exterior, dentre eles o Cinefoot. Cobriu grandes eventos, como Copa do Mundo, Olimpíada, Copa América e torneios de futebol. Passou por Hoje em Dia, Uol e Revista Placar.