Dono de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, Ronaldo disparou contra os conselheiros do clube nessa quinta-feira (5). Segundo o Fenômeno, faltou fiscalização e responsabilidade fiscal em meio ao aumento da dívida cruzeirense.
“O Cruzeiro tinha 400 conselheiros que votavam em assembleia para determinar o futuro de cada ação do clube. Como que os conselheiros deixaram o Cruzeiro chegar onde chegou? Faltou... não tem responsabilidade fiscal nos clubes associativos porque a cada quatro anos muda de presidente e você passa o pepino para o outro”, afirmou em entrevista ao podcast Mano a Mano.
Na opinião de Ronaldo, os presidentes, no modelo associativo, não se preocupam com a dívida do clube e optam por gastar para montar times mais competitivos. Contudo, isso teria um preço.
“E aí o cara que chega tem que resolver as coisas antigas e não tem tempo de planejar o que quer fazer. E aí o cara fala, po, quer saber... vou aumentar essa dívida um pouquinho para fazer um time bom. Sucessivamente, a dívida vai crescendo, aumentando até chegar num limite que ninguém aguenta”, concluiu.
Ronaldo pagou pouco pelo Cruzeiro?
Durante a entrevista, Ronaldo também comentou sobre as críticas recebidas ao ter comprado as ações do Cruzeiro por R$ 400 milhões. O valor, de acordo com alguns torcedores, seria baixo em relação a outras SAFs do país.
Segundo o Fenômeno, quando ele comprou o Cruzeiro, em abril de 2022, a dívida não era dele e
“Vou pagar uma dívida que não era minha. Tenho meu mérito de ter uma boa equipe de gestão. Por isso que muitos torcedores contestam que eu peguei o Cruzeiro barato. Eu peguei o Cruzeiro com R$ 1 bilhão a menos. Agora que tá bem, na Série A... mas a gente aprovou a Recuperação Judicial (RJ) e tal. Ninguém quis antes”, destacou.
Recuperação Judicial (RJ) do Cruzeiro e investimentos de Ronaldo
O valor aprovado pela Recuperação Judicial está na casa dos R$ 580 milhões. Atualmente,
O contrato assinado por Ronaldo e Cruzeiro obriga o atual gestor a investir R$ 400 milhões num espaço de cinco anos. As receitas podem ser aportadas do próprio bolso ou geradas pelo clube.
Por esse contexto complicado, o Fenômeno apontou que a Raposa estava em “estado terminal”. Ele revelou que o clube foi oferecido para vários empresários que se negaram a investir no clube mineiro.
“Ninguém queria o Cruzeiro, tinha uma dívida de R$ 1 bilhão, e o Cruzeiro estava num estado terminal assim, de último ano... os últimos seis meses de vida. Ninguém quis o Cruzeiro. Pessoal da XP (investimentos) ofereceu para o mundo todo, grandes empresários e ninguém queria o Cruzeiro, porque era uma dívida muito grande e muita coisa que estava para acontecer”, disse.
