O deputado estadual Professor Cleiton (PV), que requereu a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para a revisão do contrato entre Minas Arena e o Governo de Minas Gerais, acionou o Ministério Público de Contas de Minas Gerais (MPC-MG) pela reorientação do contrato de concessão do Mineirão. O chamamento aconteceu na audiência pública da última terça-feira (4), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que discutiu o contrato de concessão do Gigante da Pampulha.
“Dos vários requerimentos que foram apresentados (na audiência pública), dois já tiveram desdobramentos. Um deles, que acho extremamente valoroso, é o envolvimento do Ministério Público do Tribunal de Contas, que foi provocado e enviarei um pedido de reorientação do contrato”, disse à Itatiaia.
Ainda de acordo com o deputado estadual, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também é aguardado, já que foi chamado a entrar na discussão.
“O Ministério Público de Minas Gerais foi provocado também. Já solicitei uma reunião. O Tribunal de Contas orienta e o Ministério Público pode determinar. São dois caminhos que a gente busca, uma reorientação, onde o Tribunal de Contas, tenho plena convicção, que ele vai demonstrar que esse contrato da maneira que ele se encontra causa dano ao erário”, explicou.
Na visão do deputado, o contrato de concessão do Mineirão por meio da Parceria Público-Privada (PPP), assinado em 2012, está obsoleto e causando prejuízos.
“Um contrato de 2012 não é mais plausível, sustentável, e no nosso entendimento, já foram cometidas várias ilegalidades que poderiam levar até o rompimento dele (contrato)”, completou.
Professor Cleiton afirma que saiu satisfeito da audiência pública na ALMG, principalmente por ter, na visão dele, conseguido mostrar aos cidadãos de Minas Gerais a amplitude da discussão que se refere à concessão do Mineirão. O deputado ainda disse que a Minas Arena “está nas cordas”.
“O sentimento que conseguimos transmitir para a população mineira de que não se trata exclusivamente do interesse de um clube, mas do interesse público. A gente espera que o Ministério Público venha determinar, que, diante dessa reorientação, haja o estabelecimento ou de um novo contrato ou de um novo chamamento público, já que por muito menos o Governo do estado do Rio (de Janeiro), juntamente com a Assembleia Legislativa e outros órgãos, fizeram o rompimento do contrato entre Estado, Odebrecht e o Maracanã", disse.
“Os motivos que temos aqui em Minas são muito maiores do que aqueles que levaram a retirada da Odebrecht como administradora do Maracanã, transferindo para os clubes, Flamengo e Fluminense”, finalizou.