O atacante Júnior Moraes abriu o jogo sobre sua polêmica saída do Corinthians, confirmada neste mês de junho. O jogador moveu um processo contra o clube em R$ 3,8 milhões cobrando uma falta de depósitos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e o não pagamento de direitos de imagem por um ano.
Em entrevista ao Denilson Show Podcast, Júnior Moraes explicou detalhadamente o que o fez deixar o Corinthians antes do final da temporada, quando se encerraria seu contrato. O atacante descartou mágoa pelo técnico Vanderlei Luxemburgo e revelou uma série de episódios com Alessandro Nunes, gerente de futebol do clube.
“Chega o Luxemburgo. Eu já estava melhor, medicado, treinando com o grupo, tudo bem. Chega o professor, ele decidiu por não me utilizar, como Balbuena, Du Queiroz, comunicou à diretoria e o Alessandro me chamou para conversar (...) e rescindir o contrato. Aí eu falei ‘tudo bem, entendo o lado de vocês, tudo que aconteceu aqui eu dei meu máximo, tenho consciência limpa e não tenho interesse em ficar no clube treinando até o final do contrato’”, abriu o jogador.
Júnior revelou que, ao todo, o Corinthians o deve 12 meses em encargos que correspondem a mais de metade do valor total do contrato. Os valores dizem respeito aos chamados Direitos de Imagem.
“Pedi a eles me formalizarem tudo que tinham para me pagar, o que tenho direito, 12 salários atrasados e todas as parcelas de fundo de garantia. Pagavam a parte da CLT, mas todas as outras partes, que davam mais de metade do contrato, eu fiquei sem receber, mas nunca liguei para isso. Foi a primeira vez que fiquei com salário atrasado e terminei um contrato. Eu não tenho problema nenhum em abrir mão de boa parte do contrato para fazer um acordo, queria sair de uma forma legal. Ele (Alessandro) não formalizou o que foi pedido, naquele momento tinha vários jogos e ele não conseguia falar comigo”, acrescentou.
O ponto final da trajetória do jogador no Corinthians veio em uma terceira conversa com a diretoria do Timão. Júnior Moraes afirmou que, ao final de suas tentativas pessoais de resolver o problema, ele delegou tal responsabilidade ao seu advogado.
Tivemos uma segunda conversa e ele foi claro que não tinha como fazer um acordo para o que tinha que pagar. Eu disse que abriria mão de uma boa parte, mas queria um meio termo. Ele disse que não tinha como fazer acordo. Eu fui falar com ele porque se deixasse com meu advogado, ele sabe o caminho que iria tomar. Trocamos mensagens e nada. Na terceira vez, eu entrei na sala, o Duilio estava lá. O Alessandro atendeu um telefonema, disse que ia demorar bastante tempo e não ia me atender. Eu já não era bem vindo lá, fiquei 20 dias indo lá afastado, não precisava disso. Eu entendi que as coisas não iriam caminhar, fui lá falar com meu advogado e falaram que era o caminho, foi quando decidi entrar com ação pelo fundo de garantia. E eu tenho direito a muito mais do que isso.”, completou.