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Ceará é multado pelo STJD por cantos homofóbicos de seus torcedores

Clube terá que pagar R$ 40 mil, mas tribunal rejeita pedido da procuradoria para a perda do mando de jogos

Torcida do Ceará em jogo do time no Castelão; torcedores pararam com cantos homofóbicos

O Ceará foi condenado pela 3ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) a pagar uma multa de R$ 40 mil por cantos homofóbicos entoados por parte de sua torcida no jogo pela Série B contra o Vila Nova, em 19 de julho, na Arena Castelão.

A procuradoria havia pedido também a perda de mandos de campo, o que forçaria o Vozão a jogar longe de casa, e com portões fechados, mas os auditores do tribunal rejeitaram. Com isso o confronto contra o Criciúma, em 2 de setembro, está mantido para o Castelão, pela 26ª rodada.

O Ceará já havia sido notificado pela direção da CBF, no início de agosto, por causa dos cantos homofóbicos. O documento é uma espécie de advertência e pedia que o clube explicasse ações que faz para que o evento não se repita, o que foi enviado.

Como o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães-RJ não relatou na súmula o ocorrido contra o Vila Nova, a notificação foi feita com base em denúncia do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ. O grupo, que é a articulação nacional de torcidas LGBTQIA+, enviou à CBF reportagens feitas que relatavam os cantos homofóbicos.

Na sequência a isso, a procuradoria do STJD, também informada pelo Coletivo, abriu investigação e fez a denúncia, pedindo a multa e a perda dos mandos de campo pelos cantos homofóbicos e também por objetos arremessados no gramado. O julgamento foi realizado nesta quarta (23).

O clube, antes mesmo da advertência a CBF e da denúncia da procuradoria do STJD, já tem realizado campanhas no Castelão, por meio de anúncios no telão e nos alto-falantes, contra os cantos que parte da torcida do clube entoa na Arena Castelão quando se refere aos torcedores do principal rival do Ceará, o Fortaleza.

E, no fim de julho, foi realizado um encontro, na sede do clube, com a presença de membros de torcidas organizadas do Ceará, da associação nacional das uniformizadas, além de representantes do Ministério Público e das Polícias Civil e Militar, para tratar do tema.

Em um primeiro momento parece ter dado resultado. Nos três últimos jogos no Castelão, pela Série B, contra Ituano, ABC e Ponte Preta, os torcedores não repetiram o canto homofóbico em nenhum momento. Tanto que nem foi necessário colocar no telão o pedido por respeito.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.