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Corinthians x Inter: veja análises do VAR em duelo recheado de polêmicas

Quatro lances capitais marcaram a partida desse sábado (3), na Neo Química Arena, pelo Brasileirão

Jogo desse sábado (3), disputado na Neo Química Arena, foi recheado de polêmicas

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, nesse sábado (3), as análises feitas pelo VAR durante o jogo entre Corinthians e Internacional, válido pela 7ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. As equipes se enfrentaram na Neo Química Arena, em São Paulo, e o Timão venceu por 4 a 2.

A Itatiaia destrincha as avaliações da equipe de arbitragem em todos os lances polêmicos. O árbitro principal da partida foi Paulo Cesar Zanovelli, de Minas Gerais, enquanto o VAR foi comandado por Paulo Renato Coelho, do Rio de Janeiro.

Possível pênalti em Wesley

O Inter reclamou muito de um possível pênalti cometido por Yuri Alberto em Wesley, ainda no primeiro tempo. Os dois jogadores protagonizaram uma divida dentro da área. O VAR não chamou Zanovelli para analisar o lance. Veja a conversa entre o árbitro e a cabine:

Árbitro: Os dois estão se puxando. Para mim, [inaudível] o contato do braço e cai.

VAR: Quem busca o contato embaixo é o jogador do Inter. Ele bota a mão no peito do jogador do Corinthians e joga a perna direita na perna do jogador. Olha, ele arrasta e perna e joga. Paulo, tudo na área checado. Não tem ação de tiro penal.

Árbitro: Disputa de espaço. Obrigado.

Primeiro gol anulado do Corinthians

O Corinthians teve dois gols anulados durante a partida. O primeiro deles, marcado por Yuri Alberto, foi aos sete minutos do segundo tempo. Após revisão no VAR, Zanovelli entendeu que houve falta de Matheuzinho em Wesley na origem do lance. Veja conversa entre árbitro e cabine:

VAR: Paulo, no lance do meio, quem toca na bola primeiro é o jogador de vermelho. É algo que você não viu no campo, tá? Ele toca a bola primeiro, o jogador de vermelho, e depois tem um contato. Para mim, tem uma ação faltosa do jogador número 2 do Corinthians. Eu te recomendo uma revisão para você olhar uma falta dentro do APP (lance que interfere no gol).

Árbitro: Quem toca a bola é o Wesley. E é uma falta imprudente para mim, tá? (inaudível)

VAR: Avalia, Paulo, se está dentro do APP. Avalia se está dentro do APP para você. Para nós, está dentro do APP. Avalia você.

Árbitro: É um lance muito fino, mas para mim é falta. Vou anular o gol.

Segundo gol anulado do Corinthians

O segundo gol anulado, anotado por Memphis Depay, ocorreu aos 33 minutos da etapa final. Também após consulta ao VAR, Zanovelli identificou infração cometida por André Ramalho em Luis Otávio na origem da jogada. Veja conversa entre árbitro e cabine:

VAR: A ação é muito clara, faltosa. Ele empurra em cima e faz uma alavanca com a perna. Paulo, recomendo revisão para possível falta no APP.

VAR: Paulo, tem um contato no pé e uma alavanca do jogador número 5. Quem joga a bola é o jogador do Inter. Quando chegar na área você avisa.

Árbitro: Quem toca a bola é o de vermelho e tem uma alavanca imprudente. Eu achei que tinha sido (inaudível). É, falta. Para mim, falta imprudente.

Pênalti para o Corinthians

O último lance polêmico da partida foi o pênalti marcado para o Corinthians, aos 46 minutos do segundo tempo. Zanovelli foi novamente ao VAR para avaliar um possível chute de Oscar Romero no peito de Matheus Bidu. Veja conversa entre árbitro e cabine:

VAR: Paulo, vou te recomendar uma revisão para possível penal. Tem um toque no peito do jogador do Corinthians primeiro. Depois, o jogador do Inter toca o pé, de forma imprudente para mim, no peito do jogador. Depois, ele toca a bola. Mas, antes, toca no peito do jogador do Corinthians.

Árbitro: É uma ação temerária. Um chute. Ele não acerta a bola e acaba acertando o peito do jogador. Eu achei que tinha pegado na bola, e não pega a bola. Ação faltosa e tiro penal, ok?

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Inter detona arbitragem

O Inter demonstrou insatisfação com a atuação da arbitragem nesse sábado. O zagueiro Vitão, por exemplo, xingou o dono do apito e ironizou o clube paulista.

O defensor não concordou com a expulsão do volante Bruno Henrique, queria cartão vermelho para Yuri Alberto e reclamou que não houve revisão em um suposto pênalti sobre o atacante Wesley. O zagueiro ainda se referiu ao estádio alvinegro como “porcaria”.

“A gente sabe que aqui é sempre assim, né? Nosso time vinha de uma sequência muito boa, mas infelizmente aqui dentro temos que jogar sempre contra 12. É sempre assim”, iniciou.

“Nunca que o que o Bruno Henrique fez foi falta para segundo amarelo. Yuri Alberto tinha que ser expulso também, tinha que tomar cartão no gol anulado e depois (quando tirou a camisa). Mas é normal. Teve lance de pênalti no Wesley, que o VAR nem chamou para olhar. Mas é assim, bota esse árbitro cagado para vir apitar aqui, vai ser assim sempre. É 11 contra 12 nessa porcaria aqui”, concluiu.

O vice-presidente de futebol colorado, José Olavo Bisol, por sua vez, alegou que os donos da casa foram favorecidos pela arbitragem.

“Uma derrota na casa do Corinthians não é um absurdo. Mas a forma como foi colocado, a arbitragem, criou-se um ambiente de favorecimento ao Corinthians o tempo inteiro. Dois gols com faltas claríssimas em que a autonomia era do árbitro de campo, fez com que se criasse um ambiente de instabilidade no jogo”, desabafou o vice do Internacional.

“Não é comum que a gente esteja nessa fase do campeonato com tantas reclamações de arbitragem. Isso é um problema coletivo, e nós somos parte disso. Não nos resta alternativa a fazer esse debate público. Mas o que a gente vê são vozes colocadas ao vento, que não produzem nenhuma solução efetiva”, acrescentou.

Já o técnico Roger Machado criticou o uso do VAR pela arbitragem brasileira. “Eu fiquei até o final do jogo para falar com o árbitro e dizer para ele que hoje eles se escoram no VAR. O VAR é uma muleta para que as decisões sejam postergadas e eles possam analisar em câmera lenta. O cenário adverso nos tirou força”, disse o treinador.

Nuno Krause é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte. Antes, foi correspondente da Itatiaia no Nordeste. Formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), acumula passagens por Bahia Notícias, Jornal A TARDE e Rádio Salvador FM.
Rafael Oliva é formado em Jornalismo pela PUC-SP, pós-graduando em Marketing e Mídias Digitais pela FGV e produtor audiovisual. Passou por Lance! e Câmara Municipal de São Paulo. Já cobriu o dia a dia de Santos, Palmeiras e diversos eventos esportivos na cidade de São Paulo. Na Itatiaia, cobre Palmeiras, São Paulo e outros esportes na capital paulista.
Mineiro, Daniel Costa é jornalista formado pela Universidade FUMEC (BH). Apaixonado por esporte e comunicação, atuou como cronista e repórter esportivo em veículos como Doentes Por Futebol, Deus me Dibre, Esporte News Mundo e Brasileirão. Hoje, colabora com o Itatiaia Esporte.