Nessa terça-feira (17), o Atlético Goianiense recuou após notificar confeiteiras por fazerem bolos decorados com o escudo do Dragão. O presidente do clube, Adson Batista, revelou que tomou conhecimento da situação e que as cobranças feitas às trabalhadoras serão retiradas.
“Isso é um absurdo. Já falei com os responsáveis e isso não vai mais acontecer. Nós temos é que valorizar quem ama o nosso clube”, disse.
“Você acha que eu quero prejudicar gente que faz bolo de aniversário? Isso não existe. Todos que foram ao Atlético-GO, tiveram o caso resolvido. A determinação é essa: se tem alguém prejudicado com esse perfil, vai no Atlético-GO que será resolvido”, explicou o diretor.
Cobrança
As confeiteiras foram processadas pela empresa ‘No Fake’, contratada para combater a pirataria relacionada ao clube. O sistema da companhia utiliza sistemas de inteligências artificiais para procurar falsificações.
Após as boleiras publicarem fotos do bolo com o escudo do time, a empresa foi avisada do uso ‘indevido’ das imagens e as notificou judicialmente. Cada uma das confeiteiras recebeu uma multa de R$ 1,5 mil.
“É um sentimento de revolta. Ter que correr atrás para não ter que pagar ou entrar com advogado. Se defender de uma coisa tão simples, como um topo de bolo. Eu não tenho condições de pagar essa dívida. Foi um valor tão simbólico. Eu não dei prejuízo algum ao time”, disse Fabiana Oliveira, uma das confeiteiras.
Comunicado oficial
Após a repercussão negativa, o Atlético-GO enviou um comunicado oficial ao ge.
“O Atlético Clube Goianiense solicitou a No Fake o ajuste imediato dos filtros, para que a Inteligência Artificial deixe de fazer notificações a pequenos empreendedores e torcedores que usem o escudo e as alcunhas do clube. O foco do Atlético é para o uso indevido de grandes empresas e falsificações em grande escala.
O Atlético está resolvendo caso a caso para que desbloqueie todas as empresas e doceiras que tiveram suas páginas bloqueadas. Esta não é e nunca foi a intenção do clube!
O clube reitera que essa situação foi causada por mal uso da plataforma pela empresa No Fake. O Atlético não tem a intenção de restringir o uso de sua marca por quaisquer torcedores
Solicitamos, inclusive, para que os torcedores e profissionais que fizerem bolos e festas de aniversários temáticas do Dragão, que nos marque nas redes sociais para que possamos divulgar em todas as nossas plataformas.
Por fim, em qualquer caso de notificação ou página bloqueada, o torcedor ou profissional pode entrar em contato diretamente com o clube, em seu canal de atendimento, pelo (62) 3210 3233”, dizia a nota.
Outros casos
Essa não foi a primeira vez que a empresa ‘No Fake’ esteve envolvida em polêmicas com cobranças relacionadas a festas de aniversário.
Em agosto deste ano, uma artesã do bairro de Salvador, foi notificada extrajudicialmente pelo Esporte Clube Vitória. Patrícia França recebeu uma cobrança de aproximadamente R$1600, após organizar uma festa de aniversário com tema do clube. Além da multa, Patrícia teve o seu perfil de trabalho no Instagram derrubado.
“É uma rede que eu trabalho, só mostro. Minha renda mensal não chega nem sequer a um salário, a caixinha personalizada que eles notificam não passou de R$ 1,60 na época”, contou a artesã ao portal Bnews.
“Eu falei para desbloquear meu Instagram que retiraria tudo e depois ele entrava em contato comigo para que eu pudesse trabalhar com ele para pagar. Ela disse que não, que era para eu procurar a Defensoria Pública ou então contratar um advogado”, completou.
Questionado, o Vitória apenas que a empresa é responsável por representar o clube nas demandas relacionadas ao uso indevido da sua marca.