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Em negociação com Milito, Atlético dá sequência a ciclo iniciado em 2020

A diretoria do Galo está em busca de um comandante para ocupar cargo deixado por Luiz Felipe Scolari

Após a saída de Luiz Felipe Scolari, o Atlético vai ao mercado em busca de um novo técnico. Conforme noticiou a Itatiaia, o argentino Gabriel Milito é o favorito para ocupar o posto. As partes, inclusive, já estão em negociação.

Caso bata o martelo com o ex-técnico do Argentinos Jrs, a diretoria atleticana manterá um ciclo iniciado em 2020, desde que contratou Jorge Sampaoli como sucessor de Rafael Dudamel. O venezuelano foi demitido logo após a queda para o modesto Afogados, de Pernambuco, na Copa do Brasil.

Ex-comandante da Seleção Argentina, Sampaoli chegou ao clube com status de grande nome na América do Sul e também na Europa. Após 45 jogos, um título do Mineiro e a terceira colocação no Brasileiro, ele “pediu o boné" para acertar com o Olympique de Marseille, da França.

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Como substituto, a diretoria acionou Cuca, campeão da Copa Libertadores de 2013 pelo clube e ídolo da torcida. Uma escolha bem acertada. Com o curitibano, em 2021, o Alvinegro foi campeão estadual, caiu na semifinal do torneio mais importante da América do Sul, foi campeão da Copa do Brasil e quebrou jejum de 50 anos sem dar a volta olímpica no Brasileirão.

Mas a alegria não se estendeu até o ano seguinte. Com problemas particulares, o técnico não quis dar sequência ao trabalho e pediu para sair. Para tentar repetir o “ano mágico”, a cúpula atleticana foi ao mercado e anunciou o argentino Antônio Mohamed. Turco, como é chamado, é ídolo no futebol mexicano e fez bons trabalhos por lá.

Com ele, veio o título da Supercopa do Brasil, em jogo único com o Flamengo. Porém, após oscilação ao longo da temporada, mesmo com bons números, veio a demissão às vésperas de duelos decisivos nas quartas de final da Libertadores. A solução? Convencer Cuca a deixar o ano sabático de lado e reassumir o cargo.

Novamente a ‘carta de segurança’

Ao apostar numa opção que deu frutos no ano anterior, dirigentes imaginavam que o Atlético terminaria o ano com pelo menos uma grande conquista. Mas não aconteceu. Com desempenho aquém do esperado, Cuca não conseguiu dar ao time a mesma cara de 2021. Com vínculo até o fim do Brasileirão, ele não teve o contrato renovado e retornou à Curitiba.

Martelo batido como ‘gringo promissor’

E, mais uma vez, repetindo o ciclo, o Atlético foi ao mercado em busca de um “gringo promissor”. O escolhido da vez foi Eduardo Coudet, que já havia trabalhado no Internacional. Apesar do título Mineiro e do time apresentar evolução, o hermano foi demitido depois de 35 jogos, por “comportamento inadequado”. Durante entrevistas coletivas, ele criticava a diretoria e reclamava da falta de reforços.

Após empate com o Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro, veio a gota d´água. Na saída para o vestiário, um torcedor arremessou copo no treinador, que, minutos depois, disse aos jornalistas que jamais havia passado por algo parecido. Ali, ele comunicou a jogadores e diretoria que estava de saída. A fala, inclusive, foi utilizada como arma pela direção para justificar o desligamento.

Um pentacampeão como solução

Logo que demitiu Chacho, o Galo novamente apostou num treinador experiente e multicampeão. Desta vez, o escolhido foi Luiz Felipe Scolari, um dos técnicos mais vencedores do mundo. Aos 74 anos, ele assumiu o posto em junto do ano passado.

Eliminado pelo Palmeiras nas oitavas de final da Libertadores, sem vencer os 10 primeiros jogos pelo clube, mas o classificando para a fase de grupos do torneio sul-americano, Scolari foi mantido na função. Em alta, pelo desempenho no fim da temporada passada, ele participou ativamente no planejamento de 2024.

Apesar da classificação para a final do Mineiro e mantendo o desejo pelo penta vivo no clube, o gaúcho deixou de ser unanimidade na cúpula e também teve o trabalho interrompido. Com 10 jogos na temporada, foram cinco vitórias, dois empates e três derrotas, sendo duas delas para Cruzeiro e América.

O desempenho da equipe, aquém do esperado por torcida e diretoria, foi o principal motivo para a demissão.

Novamente um gringo

Para dar sequência à temporada, com competições importantes pela frente, o Alvinegro, mais uma vez, mira um “gringo promissor”. Desta vez, Gabriel Milito, de 43 anos. Ele, inclusive, recusou duas propostas recebidas recentemente. A primeira delas foi feita pelo Universidad do Chile; a outra, pelo Belgrano, da Argentina.

Desempenho do Argentinos Juniors por temporada com Milito

2023

  • Copa Argentina: caiu nas oitavas (eliminado para o San Martín-ARG)
  • Copa da Liga Argentina: saiu em meio à fase de grupos, com 3 pontos em dois jogos
  • Copa Libertadores: caiu nas oitavas (eliminado para o Fluminense)
  • Campeonato Argentino: 10º colocado, com 40 pontos

2022

  • Campeonato Argentino: 8º colocado, com 42 pontos
  • Copa Argentina: caiu nos 16 avos de final (eliminado para o Defensa y Justicia-ARG)
  • Copa da Liga Argentina: caiu na semifinal (eliminado para o Tigre-ARG)

2021

  • Campeonato Argentino: 14º colocado, com 32 pontos
  • Copa Argentina: caiu na semifinal (eliminado para o Boca Juniors-ARG)
  • Copa Libertadores: caiu nas oitavas de final (eliminado para o River Plate-ARG)

Antes do Argentinos Juniors

Antes de chegar ao Argentinos Juniors, trabalho mais longevo da carreira, Milito treinou o Estudiantes de La Plata-ARG em 2020 e 2019; o O’Higgins-CHI, em 2018; o Independiente-ARG, em 2017, onde tem forte ligação como jogador; e Estudiantes novamente, em 2015, onde iniciou a carreira. O treinador ainda busca o primeiro título da carreira.

Como jogador

Gabriel Milito também foi um jogador de renome. O então zagueiro iniciou a carreira em 1998, no Independiente-ARG, onde ficou até 2003. Em 2004, foi negociado ao Real Zaragoza-ESP e, em 2007, atingiu o auge, ao ser contratado pelo Barcelona-ESP. No ano de 2011, ele retornou ao Independiente, onde encerrou a carreira em 2012.

O jogador também defendeu a Seleção Argentina de 2000 a 2011, tendo disputado a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. O Marechal também é irmão do ex-jogador Diego Milito, ex-atacante de clubes como Inter de Milão-ITA e Racing-ARG e que também atuou pela seleção nacional.

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Henrique André é repórter multimídia e setorista do Atlético na Itatiaia. Acumula passagens por Uol Esporte, Jornal Hoje em Dia e outros veículos. Participou da cobertura de grandes eventos, como Copas do Mundo (2014-18) e Olimpíada (2016-2021).
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