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Marcinho, do América, entra com recurso após condenação por homicídio

Jogador foi condenado por atropelar e matar um casal em dezembro de 2020 no Rio de Janeiro

Marcinho foi condenado a três anos e seis meses por atropelar e matar casal no Rio de Janeiro em 2020

A defesa do lateral Marcinho, do América, entrou com recurso da sentença que o condenou pelo atropelamento que matou um casal de professores na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em dezembro de 2020. A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) condenou o jogador a três anos e seis meses de prisão em regime aberto. A sentença foi proferida em abril deste ano.

Em contato com a reportagem da Itatiaia, a defesa do lateral confirmou que recorreu pela absolvição, e caso a condenação seja mantida, pediram pela redução da pena. Na argumentação, os advogados citaram análise de um perito contratado, que contesta o laudo sobre o acidente feito pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A defesa também contestou depoimentos de testemunhas que falaram sobre a velocidade e condições nas quais Marcinho estava dirigindo no momento. O laudo do perito contratado pela defesa foi usado para contrapor os depoimentos.

Relembre a sentença

À época do atropelamento, Marcinho era jogador do Botafogo, mas não continuou no Rio de Janeiro para a temporada 2021. Após deixar o alvinegro, ele jogou pelo Athletico-PR e Bahia (emprestado pelo Pafos, do Chipre), antes de voltar ao Brasil para ser anunciado no América.

A sentença do TJRJ apontou que ele guiava o veículo “de forma imprudente, em zigue-zague”, com velocidade entre 86 km/h e 110 km/h – a velocidade máxima permitida no trecho do acidente é de 70 km/h.

Ainda conforme a denúncia, Marcinho esteve em um restaurante antes do atropelamento e teria consumido bebida alcoólica – foram ao menos cinco tulipas de chopp. A sentença também aponta que o jogador teve a habilitação suspensa pelos mesmos três anos e seis meses da condenação.

Chegada ao América foi polêmica

O histórico do jogador motivou campanhas contrárias à chegada dele na torcida do América. O presidente do Coelho, Marcos Salum, defendeu o lateral na entrevista de apresentação.

“Sobre as reações (da torcida), temos que respeitar, mas o América tem uma opinião diferente. O atleta cometeu um ato, que está pagando. Ele recebeu seus processos. Foi um erro, e quem não errou na vida? Onde está a grande virtude? Em julgar sem ser juiz ou em dar a oportunidade para os jogadores jogarem aqui?”, questionou durante a coletiva de apresentação dele, em abril deste ano.

Após a condenação, o América afirmou estar ciente da situação e destacou que a sentença “não impacta o contrato firmado entre o América e o jogador”.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.