Revelado nas categorias de base do América, o ex-atacante Somália foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior há 27 anos, quando o Coelhãozinho derrotou o rival Cruzeiro na grande decisão, por 2 a 1, no Pacaembu. Na campanha, o time comandado por Ricardo Drubscky foi campeão invicto, com seis vitórias e um empate em sete jogos.
Nesta quarta (25), o clube alviverde busca o bicampeonato do torneio diante do Palmeiras, às 15h30, no Canindé.
No elenco americano em 1996, além de Somália, vários jogadores se destacaram no profissional posteriormente, como o volante Gilberto Silva, o lateral Evanílson, o zagueiro William (Capita) e o atacante Rinaldo. No elenco, também estava o zagueiro Nakazawa, que defendeu a Seleção Japonesa em duas edições da Copa do Mundo (2006 e 2010).
Às vésperas da final desta temporada, em entrevista exclusiva à Itatiaia, Somália relembrou a importância do título da Copinha na sua vida.
“Fico honrado quando vejo que o América abriu as portas e ganhei muitos títulos na base, ainda mais tendo uma Copa São Paulo. É um campeonato difícil, que reúne clubes de alto nível. O América se preparou bem junto com o Drubscky. O elenco era fantástico, com jogadores experientes e que já tinham passagens no profissional e desceram pra fortalecer o time. Tanto que, na final, o gol do título foi do William, um exemplo de pessoa e de profissionalismo”, afirmou.
De acordo com o ex-atacante - que tem passagens por tradicionais times do Brasil, como Grêmio, Goiás e Fluminense, além do Feyenoord (Holanda), Al-Hilal (Arábia Saudita) e Busan I’Park (Coreia do Sul) -, ser campeão pelo América foi um privilégio.
“Cheguei com 12 anos, sou cria da base e me identifiquei muito com o clube. Foi um privilégio vestir as cores do América. Tudo o que aprendi, tudo o que eu sou, o América é fundamental. Sou grato a essa oportunidade, só tenho gratidão e muita felicidade”, complementou.
Preparação até o título
Na entrevista, Somália também reviveu como foi a preparação do elenco comandado por Ricardo Drubscky até levantar o troféu no Pacaembu.
“Foi uma preparação muito forte, porque sabíamos da importância da Copinha. Reunia mais de 15 clubes, e, hoje, é até bem mais do que isso. Eu tinha chegado da Eslovênia para disputar um Campeonato Europeu, tinha jogado três meses no Hertha Berlin antes de chegar na Copinha. Quando o Rinaldo e o Baiano, que já estavam no profissional e desceram para jogar a Copinha, eu fiquei na reserva, mas entrei em quase todos os jogos e dei a minha contribuição. Eram jogadores que estavam fazendo a diferença até no profissional. É fundamental a preparação não física, mas também mental. A ansiedade pode atrapalhar, temos que ter cabeça de gelo. Fizemos bons jogos e fomos campeões invictos”, concluiu.
Os destaques de 2023 para Somália
“Tenho acompanhado a equipe, o América está de parabéns. A Copinha é um luxo para todos os jovens que têm a oportunidade de atuar nela, porque são diversos clubes. A dimensão é enorme, os empresários e os clubes ficam de olho. O Luan tem feito um campeonato exemplar, é um jogador de um futuro brilhante. O Renato é um cara que, sempre que a bola chega, faz um bom pivô e chuta forte, é matador. O goleiro Cássio tem feito a diferença. Estou feliz de ver a molecada representando”, vibrou.
Ficha do jogo da final de 1996
América 2 x 1 Cruzeiro
Motivo: Decisão da Copa São Paulo de 1996
Local: Canindé, em São Paulo
Árbitro: Paulo José Danelon
Cartões amarelos: Flávio, Richard e Evanílson (A); Alex, Feijão e Derlan (C)
Gols: William (A), aos 3min do primeiro tempo; Rinaldo (A), aos 23min, e Da Silva (C), aos 31min do segundo tempo
América: Ailton; Evanílson, Fábio, William e Dário; Claudiomir, Paulinho (Ânderson) e Heitor (Paulo); Richard, Baiano e Rinaldo. Técnico: Ricardo Drubscky.
Cruzeiro: Rodrigo Posso; Marquinho, Derlam, Lúcio Mauro e Alex; Dante, Léo (Gu) e Missinho; Picoto (Jefferson Feijão), Da Silva e Dê (Nado). Técnico: Vantuil Rodrigues.