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MP-GO denuncia Dadá Belmonte, Alef Manga e mais cinco jogadores por manipulação em apostas

Ministério Público de Goiás segue investigando esquema de manipulação esportiva no futebol brasileiro

Jogador havia sido citado e agora foi denunciado pelo MP

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu, nessa quarta-feira (19), nova denúncia à Justiça por manipulação em apostas esportivas. São 14 denunciados, dentre eles sete jogadores, envolvidos no esquema. Segundo o MP-GO, os jogadores eram abordados pelos aliciadores que prometiam vantagens financeiras para os atletas serem punidos com cartão durante as partidas.

Dadá Belmonte (América), Igor Cariús (Sport, à época no Cuiabá), Alef Manga (Coritiba), Jesús Trindade (sem clube), Pedrinho (Shakthar-UCR, à época no Athletico-PR), Sidcley (CSKA-BUL, à época no Cuiabá) e Thonny Anderson (ABC-RN, à época no Coritiba) são os jogadores denunciados. Todos receberam dinheiro para participar do esquema de manipulação esportiva, de acordo com o MP.

A informação da nova denúncia foi divulgada pela Veja e confirmada pela Itatiaia. A reportagem teve acesso aos documentos do processo.

Os atletas, à exceção de Thonny Anderson, foram denunciados com base no artigo 198 da Lei Geral do Esporte. O artigo prevê punição para quem “solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena é de reclusão de dois a seis anos e multa.

A excepcionalidade envolvendo Thonny Anderson é porque o jogador não foi a campo, mas sim ajudou a cooptar o volante paraguaio Jesus Trindade. Ambos jogavam no Coritiba.

Outras seis pessoas foram denunciadas por aliciamento: Cleber Vinicius Rocha Antunes da Silva, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro (LF), Romário Hugo dos Santos (Romarinho), Thiago Chambó Andrade e Victor Yamasaki Fernandes.

Esse grupo foi identificado pelo MP-GO como financiadores e aliciadores dos esquemas. Eles se uniam para fazer o contato com os jogadores e organizar e distribuir os pagamentos.

Os aliciadores e financiadores foram denunciados com base no artigo 199 da Lei Geral do Esporte. “Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”, diz o artigo. A pena é de reclusão de dois a seis anos e multa.

Os valores prometidos variavam de R$ 40 a R$ 70 mil por atleta. O valor total da operação dos apostadores podia chegar a mais de R$ 700 mil caso todos os jogadores conseguissem ser punidos com o cartão amarelo ou vermelho.

“Destaca-se que como todos os cinco jogadores cooptados na citada rodada realizaram as condutas previamente “encomendadas”, houve expressivo lucro para os denunciados – aproximadamente de R$ 712.000,00 (setecentos e doze mil reais) - o que foi objeto de celebração entre eles, consoante se infere novamente dos prints de conversas travadas”, diz parte do documento.

A indenização pedida pelo MP-GO é de, no mínimo, R$ 1 milhão de reais “para reparar os danos morais coletivos causados pelos denunciados, valor este que deverá ser cominado globalmente de forma solidária a todos os denunciados”.

Acordo com o MP

Diego Porfírio (Guarani, à época no Coritiba), Bryan Garcia (sem clube, à época no Athletico-PR), Nino Paraíba (sem clube, à época no Ceará), Sávio (Rio Ave-POR, à época no Goiás) e Vitor Mendes (Fluminense, à época no Juventude) também foram flagrados negociando nas conversas. No entanto, eles fecharam acordo com as autoridades, colaboraram com as investigações e não foram denunciados.

Leonardo Parrela é repórter multimídia na área de esportes na Itatiaia. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com Globo Esporte, UOL Esporte e Hoje Em Dia, onde cobriu Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.