O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu duas denúncias à Justiça contra Sebastián Avellino Vargas, preparador físico do Universitario,
Vargas foi denunciado por racismo - que tem com punição prevista de até cinco anos - e por promover tumulto e desordem em eventos esportivos - que pode acarretar em até dois de detenção, segundo a Lei Geral do Esporte.
No documento, o promotor Pedro Henrique Pavanelli Lima pede a manutenção da prisão preventiva de Vargas no país até a sentença final da Justiça.
Detido em flagrante ainda no estádio do Corinthians, o preparador teve seu pedido de habeas-corpus negado na última semana. Por não ter laços com o Brasil, o MP entende que é importante que o acusado siga no País até a conclusão do processo.
“Não houve alteração fática ou jurídica que justifique liberdade provisória. Ao revés, a prisão cautelar se mostra indispensável no contexto de atos de ódio gravíssimos, que envolveram prática de discriminação racial no contexto de atividades esportivas, na presença de várias pessoas, de todas as idades e etnias. Há prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria”, escreve Lima.
Audiência nos próximos dias
O MP, que pede que uma audiência seja marcada nos próximos dias, levou em consideração na denúncia imagens e vídeos que mostram os gestos do preparador físico em direção à torcida corintiana.
As provas, utilizadas pelo órgão, circularam nas redes sociais ao longo da última semana. Por meio destas, o promotor afirma que está prescrito o crime de racismo por parte do denunciado, ao inferiorizar a “coletividade de pessoas pretas e pardas ao associá-la a animal irracional (macaco)”.
“Ao se dirigir para os vestiários, passou em frente à arquibancada da torcida do time brasileiro, tendo proferido palavras e gestos em direção à torcida rival em clara provocação com intuito ou ao menos assumindo o risco de promover tumulto ou incitar violência em local restrito aos competidores nos minutos finais da partida, o que se nota pela reação dos torcedores próximos ao alambrado”. diz Lima.
“O denunciado, ao simular um macaco para ofender torcedores, prática conduta preconceituosa escrachada que desqualifica, rejeita e hostiliza um grupo vulnerável (pretos e pardos)”, explica o MP. “Preenchidos, portanto, os requisitos cumulativos desenvolvidos para determinar a natureza discriminatória de determinado discurso, razão pela qual a conduta encontra subsunção ao crime de racismo”, conclui.
Na terça-feira (18), Universitario e Corinthians voltaram a se enfrentar, com vitória do clube paulista, por 2 a 1, e a classificação às oitavas de final da Copa Sul-Americana.
*Com agências