Uma família de cruzeirenses passou por momentos difíceis no Parque do Sabiá, no último sábado (3), no clássico entre Cruzeiro e Atlético, em Uberlândia, pela Série A do Campeonato Brasileiro. Tudo pela falta de acessibilidade do estádio.
Em relato feito à Itatiaia, após demonstrar sua insatisfação de modo público nas redes sociais, Maurício Machado, que é pai de um garoto portador de necessidades especiais, contou sobre a péssima experiência que viveu.
“Pior experiência da minha vida. No geral, sinceramente, se depender da minha vontade, eu nunca mais coloco os pés em um estádio”, sintetizou.
O que aconteceu?
Maurício esteve no Parque do Sabiá e passou com o filho por inúmeras dificuldades de locomoção e acessibilidade.
“Chegamos bem cedo, por volta de 16h, para que pudesse acomodá-los (os familiares) em um lugar seguro, tranquilo para assistir ao jogo. Aí que a confusão começa. Não havia entrada sem roleta no estádio para portadores de necessidades especiais”, iniciou o relato.
“A Polícia Militar nos ajudou a encontrar um portão de acesso. Ao entrarmos, nossos ingressos não foram registrados, nossos alimentos não perecíveis também não foram recolhidos”, completou.
Para acessar o estádio, os torcedores levaram um quilo de alimento não perecível.
Problemas dentro do estádio
Os problemas de Maurício e da família só aumentaram dentro do estádio.
“Quando a gente finalmente encontrou uma posição para se acomodar, local onde alguém da segurança disse para ficarmos, apareceu um bombeiro civil dizendo que não estávamos onde deveríamos, e que não havia acomodação para PCD, onde tinha comprado o ingresso”.
Maurício explicou que, antes de comprar ingressos, ele pesquisou qual o setor acomodaria o seu filho. E que mesmo assim, após toda a pesquisa e garantia de que havia feito a compra correta, não existia qualquer estrutura segura para cadeirantes e/ou outros portadores de necessidades especiais.
“Faltando pouco menos de 15 minutos para o jogo começar, a gente percebeu que estava superlotado. Abriram todos os portões. O setor que ficamos, portão sete e oito, a gente não assistiu o jogo. Não havia a mínima condição de estar ali, permanecer ali, por superlotação”, denunciou.
Outras pessoas tiveram dificuldades
No depoimento à Itatiaia, Maurício revelou que outras pessoas também passaram por problemas.
“Tivemos registro de pelo menos 10, 15 pessoas portadoras de necessidades especiais, ou com alguma debilidade motora permanente, transitória, sem a mínima condição de estar naquele ambiente, sem a mínima possibilidade de assistir ao jogo”, reclamou.
Dificuldade de acesso para atleticanos
Além dos problemas na torcida do Cruzeiro, os torcedores do Atlético também passaram por dificuldades de acesso e locomoção.
A entrada dos torcedores do Atlético no Parque do Sabiá foi confusa. Com o fluxo lento nas catracas, a fila cresceu do lado de fora do estádio.
Faltando dez minutos para começar o jogo, centenas de torcedores ainda não estavam nas arquibancadas. Houve fila não pelo atraso de chegada dos torcedores, mas por ter poucas entradas para os visitantes.
Além disso, os torcedores do Atlético precisaram subir um barranco de grama para chegar até o Portão 9, destinado aos alvinegros no clássico com o Cruzeiro.
Pessoas idosas, crianças e obesas precisaram de ajuda para conseguir subir o morro. Uma senhora com mobilidade reduzida foi carregada pelo filho para conseguir chegar até a parte asfaltada.
A reportagem entrou em contato com os responsáveis pela organização da partida e aguarda posicionamento.