Para convencer os clubes europeus a disputarem um Mundial em novo formato, com 32 participantes, ficando quase um mês do período de pré-temporada longe de casa, a Fifa decidiu criar uma cota fixa para cada concorrente.
O valor exato vai depender da receita apurada com patrocinadores e detentores de direito pela competição, que terá a primeira edição em 2025, nos Estados Unidos. Mas em recentes reuniões na Uefa a quantia discutida foi de 50 milhões de euros (R$ 269 milhões) a cada um dos 32 clubes. A informação foi dada pelo jornal português A Bola e confirmada pela Itatiaia.
A Fifa tem como regra o pagamento de cotas em seus torneios com base no desempenho. É assim nas Copas do Mundo de Seleções, masculina e feminina, e também no Mundial de Clubes atual, no formato com sete participantes, que está em andamento na Arábia Saudita com a participação do Fluminense. Não há um valor fixo somente por estar lá.
Para o Super Mundial, entretanto, a direção da Fifa entendeu que era preciso colocar a mão no bolso para que os europeus não colocassem obstáculos na realização da competição. Um valor mínimo de 50 milhões de euros, por exemplo, é considerado atraente mesmo para equipes ricas da Inglaterra e da Espanha.
E ainda haverá premiação por colocação, em valores que ainda serão debatidos e também dependem da receita total que a Fifa terá com a competição. A estimativa que era de 2 bilhões de euros (R$ 10,7 bilhões) já subiu para 2,5 bilhões de euros (R$ 13,4 bilhões). O campeão, portanto, sairá da competição com bem mais do que 50 milhões de euros.
Isso agradou aos europeus. Tanto que logo após o anúncio de mais detalhes do Super Mundial, após reunião do Conselho da Fifa neste domingo (17), na Arábia Saudita, a Associação de Clubes da Europa, que reúne as principais associações do continente, soltou uma nota saudando a realização do campeonato.
Por enquanto, oito dos 12 clubes da Europa que jogarão o Mundial já estão classificados: Chelsea, Real Madrid e Manchester City, últimos campeões da Champions, e Porto, Benfica, Inter de Milão, PSG e Bayern de Munique por um ranking que leva em conta resultados recentes no torneio continental.
O novo Mundial
Ele será a cada quatro anos e terá 32 participantes: 12 da Europa, seis da América do Sul, quatro das Américas do Norte e Central, quatro da África, quatro da Ásia, um da Oceania e outro representante do país-sede.
Os clubes serão divididos em oito grupos de quatro equipes, com os dois primeiros de cada passando para as oitavas de final, e a partir daí os confrontos serão eliminatórios até a final. No calendário a Fifa vai propor que os clubes tenham ao menos três dias de folga entre um jogo e outro, para evitar problemas com a associação internacional de jogadores, que tem preocupação com mais um torneio em um já inchado calendário.
O critério de classificação coloca no Mundial-2025 os campeões continentais de 2021 a 2024. Nos casos da Europa e da América do Sul, que têm mais de quatro vagas, um ranking, com base em desempenho na Liga dos Campeões e na Libertadores nos quatro anos que antecedem ao campeonato, definirá os últimos qualificados.
Até o momento, 19 times já estão classificados:
América do Sul
Palmeiras - campeão da Libertadores de 2021
Flamengo - campeão da Libertadores de 2022
Fluminense - campeão da Libertadores de 2023
Europa
Chelsea - Inglaterra
Real Madrid - Espanha
Manchester City - Inglaterra
Porto - Portugal
Benfica - Portugal
Inter de Milão - Itália
PSG - França
Bayern de Munique - Alemanha
Américas do Norte e Central
Monterrey - México
Seattle Sounders - EUA
León - México
África
Al-Ahly - Egito
Wydad Casablanca - Marrocos
Ásia
Al-Hilal - Arábia Saudita
Urawa Red Diamonds - Japão
Oceania
Auckland City - Nova Zelândia