Uma briga envolvendo torcedores do Brasil, da Argentina e a Polícia Militar do Rio de Janeiro impediu o início da partida entre as seleções nesta noite, no Rio de Janeiro, pela sexta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo'2026. As cenas de violência ocorreram no Setor Sul da arquibancada do Maracanã, onde estava concentrada a maioria da torcida argentina. Muitas pessoas ficaram feridas.
A briga começou logo após a execução dos hinos, quando brasileiros e argentinos se provocaram no setor misto. A pancadaria começou e houve demora para a segurança privada e da Polícia Militar para agir.
Com a confusão e o empurra-empurra generalizado, muitos torcedores precisaram pular para o campo. O capitão brasileiro Marquinhos e os jogadores da Argentina foram na direção da arquibancada para tentar conter os brigões. A despeito disso, a briga generalizada prosseguiu.
Mães com crianças no colo precisaram ser amparadas para se afastar da confusão.
Revoltados, os jogadores argentinos decidiram deixar o campo e se recusaram a jogar.
A partida só foi iniciada às 21h57, com 27 de atraso, após o problema ser contornado na arquibancada.
Detidos no Maracanã
Quatro torcedores argentinos foram conduzidos ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Maracanã após a briga com brasileiros que atrasou o início da partida desta terça-feira (21), entre Brasil e Argentina, pela sexta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo. Uma mulher estava entre os detidos.
Todos os envolvidos foram ouvidos pela Polícia Civil. Apenas um conseguiu provar que não participou da confusão em uma área mista do estádio. Muitos argentinos reclamaram da falta de espaço no Setor Sul, local em que os adeptos se concentraram para assistir ao confronto com o Brasil.
Uma torcedora da Argentina foi detida por desacato contra um policial. Inicialmente, houve denúncia de que ela havia cometido injúria racial, o que foi negado pelo delegado de plantão Rodrigo Coelho.
“São quatro argentinos sendo que um provou que não estava na briga. Não teve ofensa racial, foi desacato. Não tem referência à cor ou coisa parecida. São quatro conduzidos, um provou que não tem imagem. Nenhum brasileiro. Eles vão ser ouvidos, o procedimento é realizado, encaminhado à Justiça e aí tem uma audiência”, disse Rodrigo Coelho à reportagem da Itatiaia no Jecrim.
“Há uma mulher, que estava com uma criança, estava como vítima da confusão. E nervosa, em razão disso, desacatou o policial. Sem referência à cor, etnia ou coisa parecida”, acrescentou Coelho.
BEPE aponta oito prisões
Já o tenente-coronel do Vagner Ferreira Nascimento, do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE), informou que oito pessoas foram presas por envolvimento na briga. O militar informou que houve uma falha da organização da partida ao comercializar ingressos a brasileiros e argentinos para todos os setores do estádio. “Isso dificultou muito a segurança no Maracanã", declarou.
“A gente percebeu que a organização do evento efetuou venda de ingressos para todos os setores de maneira mista. Isso dificultou a segurança privada. Em virtude do início dos fatos que ocorreram, solicitou apoio da Polícia Militar. A PM teve que usar os meios necessários. Até o momento estamos com oito presos conduzidos ao Juizado Especial do Torcedor e a gente conseguiu estabilizar esse tumulto através de um isolamento físico com os policiais no estádio, no caso na arquibancada. Isso foi uma dificuldade muito grande. Normalmente tem um espaço que é para o visitante e um espaço do time da casa. Hoje, acredito que a grande dificuldade, tanto para a segurança privada como para segurança pública, foi a venda de ingressos de maneira mista por todo estádio do Maracanã", disse
Maior força para conter argentinos
O tenente-coronel do Vagner Ferreira Nascimento justificou a maior força da PM na contenção dos argentinos. “Acredito que toda reação corresponde a uma ação. Existe realmente um histórico de torcida que tem um enfrentamento maior com órgãos de segurança. Acredito que a causa foi essa. A necessidade de utilizar o uso progressivo da força. Inicialmente usamos a verbalização, depois tivemos que usar o bastão. Não houve uso de material não letal como balas de borracha, gás. A gente foi bem técnico naquilo que o policiamento especializado em estádio sabe que fazer”